domingo, 20 de março de 2011

Vermelho como o céu


Vermelho como o céu é um filme que aborda a deficiência (visual), de uma forma poética. É uma história baseada em fatos reais, de um garoto que sofre um acidente em casa e acaba ficando cego. Com esta deficiência ele não é mais aceito na escola pública, tendo de ir para uma escola especial. Lá se depara com as limitações impostas pelos outros e a sua capacidade de criar e sonhar.

É muito interessante e diferente a abordagem deste filme, pois não retrata o deficiente como alguém totalmente dependente do outro e sim alguém com limitações, mas capaz de realizar diversas atividades com muita criatividade e sensibilidade.

Após assisti-lo comecei a refletir sobre as limitações que existe nas inclusões, será que elas realmente são efetivas ou somos nós, os ditos “normais” que não conseguimos/sabemos lidar e as colocamos sem ao menos darmos chances para o sujeito descobrir até onde pode chegar. Imputamos nossos “achismos” do que é melhor nas pessoas e não pensamos que apesar das limitações (que todos temos) as pessoas podem ter muitas habilidades e capacidade de realizar diversas atividades.

Mas isso não passa de um sonho, de um ideal, pois a realidade é muito mais dura do que apenas impor pontos de vistas reacionários. Hoje vemos escolas sem nenhuma estrutura física para receber qualquer tipo de inclusão, sem profissionais capacitados para trabalhar com estes alunos, com salas super lotadas, onde o docente não consegue atender tanto os alunos incluídos como os outros. Não há nenhum preparo para os funcionários receberem esta criança na escola.

É preciso que haja uma mobilização dos órgãos que atendem estas crianças e da sociedade civil para cobrar medidas eficazes, maiores investimentos neste segmento e a efetivação de nossa constituição, que garante um atendimento digno aos nossos alunos, sejam eles inclusão ou não.

Juntamente com os investimentos deve haver campanhas de esclarecimentos  para a mudança desta visão estereotipada que a sociedade e até mesmo a escola tem dos deficientes. Somente com ações coerentes com a lei e a conscientização da população poderemos ter uma verdadeira inclusão, pois caso contrário continuaremos a ter o que vivemos cotidianamente, uma exclusão maquiada de inclusão.


terça-feira, 15 de março de 2011

Não pensei em titulo, estava desanimada...

Já não aguento mais. Perdi todas as minhas esperanças, todas as minhas expectativas de mudança. Acho que tudo vai ficar igual para sempre. As pessoas não mudarão (para melhor!). A tendência é a decadência. Já perdi a paciência, minha vontade é de correr, de gritar, de chorar, de espernear...


Acho que as coisas não fazem mais sentido.


É difícil quando você acaba descobrindo que tudo que você acreditava não passa de meras ilusões, que tudo é uma grande utopia, que aquilo que julgava justo e leal não passa de sonhos que nunca se tornarão realidade.


Nem sei porque escrevo. Talvez seja uma ultima tentativa desesperada de tentar encontrar algum sentido no mundo e nas pessoas. Mas quanto mais penso, mais desiludida fico...


Vejo a cada dia que passa uma conspiração de fatos querendo me forçar a mudar meus valores, aquilo que mais acreditava....


Já não tenho em quem confiar. Aos poucos vejo minha vida descendo ralo abaixo. Aquilo que mais amo se vai e eu nem ao menos me dou conta do que está acontecendo, mas quando percebo... tudo já aconteceu!... As coisas, as pessoas... já se foram...


As vezes fico pensando qual seria a melhor situação, mas vejo que não existe a "melhor" situação.


Queria poder fugir... correr sem olhar para trás, ficar junto ao mar, sem que houvesse alguém que esperasse algo de mim...


Tento me desabafar com meus amigos, mas acho que ninguém me entende. Recentemente ouvi uma frase que dizia: "A cabeça entende onde os pés pisam" (P F) e isso fez muito sentido para mim... Afinal, as pessoas só entendem aquilo que elas passam. Então se alguém que nunca perdeu uma pessoa importante em sua vida, fala que entende minha dor.... não é bem assim... A pessoa deve se solidarizar, sentir empatia, mas só aquele que sentiu fome sabe o que é a fome, só aquele que sentiu a mesma dor realmente compreende... e não posso exigir que seja diferente, porém, isso me faz sentir-me incompleta...


Ultimamente me sinto meio "bipolar", as vezes estou bem, feliz da vida, mas em outros momentos me vejo entregue ao marasmo da dor. Na verdade nos últimos tempos me vejo a todo momento neste marasmo, só que tento anestesiar com a ilusão do amor, da amizade, da lealdade, do carinho... Já não sei se acredito nestas coisas... já não sei se acredito em algo... 


Tento confiar no amor verdadeiro, na amizade verdadeira, mas acho que isso não basta (deve ser coisas de filmes)... Percebo que há a necessidade de "algo" a mais. As pessoas, geralmente, sem tem outras intenções...


Sei lá.... parece que quanto mais escrevo mais tenho o que dizer... mas prefiro parar agora, pois já estou me debulhando entre as lágrimas que persistem em escorrer...

domingo, 6 de março de 2011

ÉDUCASSÃO...

Recebi este e-mail de uma professora que trabalha comigo... achei muito bom!!!


A Evolução da Educação:
Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia... 
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas...
 

Leiam o relato de uma Professora de Matemática: 

  
Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. 
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. 

Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. 
Por que estou contando isso? 
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim: 


1. Ensino de matemática em 1950: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. 

O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. 
Qual é o lucro? 

2. Ensino de matemática em 1970: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. 

O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro? 

3. Ensino de matemática em 1980: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. 

O custo de produção é R$ 80,00. 
Qual é o lucro? 

4. Ensino de matemática em 1990: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. 

O custo de produção é R$ 80,00. 
Escolha a resposta certa, que indica o lucro: 
(  )R$ 20,00 (  )R$ 40,00 (  )R$ 60,00 (  )R$ 80,00 (  )R$ 100,00 


5. Ensino de matemática em 2000: 

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.  

O custo de produção é R$ 80,00. 
O lucro é de R$ 20,00. 
Está certo? 
(  )SIM (  ) NÃO 


6. Ensino de matemática em 2009: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. 

O custo de produção é R$ 80,00. 
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. 
(  )R$ 20,00 (  )R$ 40,00 (  )R$ 60,00 (  )R$ 80,00 (  )R$ 100,00 


7. Em 2010 ...: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
 
O custo de produção é R$ 80,00. 
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. 
(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder pois é proibido reprová-los)
(  )R$ 20,00 (  )R$ 40,00 (  )R$ 60,00 (  )R$ 80,00 (  )R$ 100,00 

  
 
E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou traumas na criança.
Também jamais levante a voz com um aluno, pois isso representa voltar ao passado repressor (Ou pior: O aprendiz de meliante pode estar armado) 

- Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:
 
Todo mundo está 'pensando' 
em deixar um planeta melhor para nossos filhos... 
Quando é que se 'pensará' 
 em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

quarta-feira, 2 de março de 2011

Uma vida-lazer

           


para quem não tem medo de lidar com a aridez da própria solidão, o filme "viajo porque preciso, volto porque te amo" pode ser uma experiência cinematográfica e tanto! e para quem, sim, tem medo de ficar consigo mesmo, o filme pode ser perturbador.

meio documantário, meio ficção, a película conta a história de uma geólogo que 'mergulha' por cerca 60 dias no sertão nordestino com o objetivo de mapear uma região que receberá a transposição de um rio e, principalmente, para fugir da beira do abismo, para fugir da dor que acarreta o fim de um grande amor.


a fuga, no entanto, cede lugar a um processo de profundo autoconhecimento, no qual o protagonista (que não aparece em nenhuma cena sequer) vai aprendendo a lidar com seus sentimentos - por mais contraditórios que eles pareçam.
loucura, saudade, medo, ódio, paixão - a gente passa a vida etiquetando o que sente. buscamos compreender, guardar cada sentimento no local mais apropriado, represar, ter controle. mas, no fundo, nenhuma dessas estratégias adianta muito...
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à noite, antes de dormir, no escuro do quarto, em franco diálogo consigo mesmo, a gente bem sabe que as comportas do peito se abrem e já não é mais possível distinguir cada uma das milhares de sensações que nos inundam quando experimentamos um grande amor.
 
bueno, o fato é que a maneira como o protagonista narra suas experiências faz com que o espectador também viaje pelas suas vivências. mais do que isso, ele vai entrevistando gente pelo caminho. gente que vive nos rincões do brasil, gente que trabalha duro o dia inteiro, que também busca viver um grande amor, que já sofreu o pão que o diabo amassou e que sonha com coisas muito simples, como "uma vida-lazer" - conceito apresentado por uma das entrevistadas.
prostituta de profissão, a mulher diz que vai levando a vida assim enquanto não aparece nada melhor. no entanto, a mulher deixa claro que bom mesmo seria levar esta tal "vida-lazer" - algo como ter um companheiro com quem partilhar os dias, chegar em casa e encontrar-se com ele, amar, ver novela e sair aos domingos para passear com ele e os filhos. 
a trilha sonora é feita do que costumo chamar de "a fina flor da dor de cotovelo". um brega profundamente poético que vai se misturando com a incrível composição de imagens que vigora o tempo inteiro. 

filmado nos anos de 1999 e 2009, o longa é, também, um acervo histórico do sertão nordestino brasileiro neste período. dirigido por karim aïnouz (de madame satã e o céu de suely), e marcelo gomes (cinema, aspirinas e urubus), "viajo porque preciso, volto porque te amo" aperta, abre e espreme o coração da gente.