quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Los Sebosos Postizos lançam CD e vinil em tributo a Jorge Ben Jor


Em um ano de tímidos tributos aos 70 anos de Jorge Ben Jor (comemorados em março), enfim aparece um à altura do homenageado. Ainda que o lançamento não tenha sido planejado para casar com a efeméride.
Projeto antigo de alguns dos integrantes da Nação Zumbi, o Los Sebosos Postizos lança agora disco homônimo, em CD e vinil, com interpretações de sucessos e outras canções menos conhecidas de Ben Jor.
Surgido em 1998 no show chamado "Noite do Ben", o projeto já era bem conhecido de shows e na internet.
Em 2004, o grupo formado por Jorge Du Peixe (voz), Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo) e Pupillo (bateria) viu o áudio do registro com 20 músicas de um show no Sesc Pompeia se alastrar na rede.
Oito anos depois, eles lançam o disco, com 14 faixas no CD e 11 no vinil. O trabalho foi produzido, gravado e mixado por Mario Caldato Jr.


MATURAÇÃO
"Esse tempo serviu para a gente dar uma maturada nas músicas. E acho que esse é o caminho certo de gravar um disco. Você leva para o palco, experimenta as músicas e depois vai para o estúdio", comenta Jorge Du Peixe.
O repertório vai desde 1963, do LP inaugural do compositor, cantor e violonista, "Samba Esquema Novo", até 1972, ano do antológico "A Tábua de Esmeralda".
Deste disco, o Los Sebosos fez arranjos para clássicos como "Minha Teimosia, Uma Arma Pra Te Conquistar", "Os Alquimistas Estão Chegando", "O Homem da Gravata Florida" e "Cinco Minutos".
"Quando a gente foi morar no Rio, começou a fuçar naqueles discos bem arranjados e orquestrados do Ben Jor pela Philips. Não era nada forçado, mas o 'Tábua de Esmeralda' rolava pelo menos uma vez por dia", diz Du Peixe.


Por que alguns falam mais errado?


Estes dias, conversando com algunas amigos, percebi até onde chega a arrogancia individual. Dentre eles há uma pessoa formada em letras (fato importante kkk). Falava-mos sobre as variantes linguisticas e como lidar com elas, quando um deles (a formada) disse o quanto seu coração doia quando escutava alguém dizer "pra mim fazer", falou: "Fico arrepiada quando escuto isso". Eu apenas sorri.
Mais tarde, antes de deitar, comecei a pensar no assunto e me perguntei "por que há erros mais errados que os outros?".
Quando um 'erro de português' já se instalou definitivamente na língua falada pelos cidadãos mais letrados, ele passa despercebido e já não provoca reações negativas (ainda que seja condenado pela gramatica normativa). Percebi que quanto menos prestigiado é um individuo (seja social ou intelectualmente), mais erros os membros 'privilegiados' encontram na lingua dele.
É isso que faz com que doa o coração de minha amiga quando escuta "pra mim fazer", mas não haja nenhuma reação quando a mesma diz "deixa eu entrar".
Acredito que situações como estas não passam de puro preconceito, todos sabemos que existe uma norma culta,ok, mas não podemos impo-la.Existe uma grande diversidade cultural e linguistica e devmos respeita-las. O que temos que ter, é dissernimento para interpretar situações cotidianas para saber quando impregar a norma culta.
Ver este tipo de situação me causa um incomodo, pois imagino que isto não passa de preconceitos engessados por uma classe dominante e reproduzidos por aqueles que um dia fizeram uma graduação, teem um bom emprego e julgam-se donos do conhecimento, aqueles que esqueceram que são e de onde vieram, que ignoram suas raizes

“Assim como os instrumentos de trabalho mudam historicamente, os instrumentos de pensamento também se transformam historicamente. E assim como novos instrumentos de trabalho dão origem a novas estruturas sociais, novos instrumentos dão origem a novas estruturas mentais.”
L.S.VYGOTSKY 
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B Negão-A Verdadeira dança do Patinho-HD

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Para entender o julgamento do "mensalão"

O julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão. O procedimento costuma ser bem outro. Em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua visão de mundo. O artigo é de Fábio Konder Comparato.

Fábio Konder Comparato

Ao se encerrar o processo penal de maior repercussão pública dos últimos anos, é preciso dele tirar as necessárias conclusões ético-políticas.
Comecemos por focalizar aquilo que representa o nervo central da vida humana em sociedade, ou seja, o poder.
No Brasil, a esfera do poder sempre se apresentou dividida em dois níveis, um oficial e outro não-oficial, sendo o último encoberto pelo primeiro.
O nível oficial de poder aparece com destaque, e é exibido a todos como prova de nosso avanço político. A Constituição, por exemplo, declara solenemente que todo poder emana do povo. Quem meditar, porém, nem que seja um instante, sobre a realidade brasileira, percebe claramente que o povo é, e sempre foi, mero figurante no teatro político.
Ainda no escalão oficial, e com grande visibilidade, atuam os órgãos clássicos do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outros órgãos auxiliares. Finalmente, completando esse nível oficial de poder e com a mesma visibilidade, há o conjunto de todos aqueles que militam nos partidos políticos.
Para a opinião pública e os observadores menos atentos, todo o poder político concentra-se aí.
É preciso uma boa acuidade visual para enxergar, por trás dessa fachada brilhante, um segundo nível de poder, que na realidade quase sempre suplanta o primeiro. É o grupo formado pelo grande empresariado: financeiro, industrial, comercial, de serviços e do agronegócio.
No exercício desse poder dominante (embora sempre oculto), o grande empresariado conta com alguns aliados históricos, como a corporação militar e a classe média superior. Esta, aliás, tem cada vez mais sua visão de mundo moldada pela televisão, o rádio e a grande imprensa, os quais estão, desde há muito, sob o controle de um oligopólio empresarial. Ora, a opinião – autêntica ou fabricada – da classe média conservadora sempre influenciou poderosamente a mentalidade da grande maioria dos membros do nosso Poder Judiciário.
Tentemos, agora, compreender o rumoroso caso do “mensalão”.
Ele nasceu, alimentou-se e chegou ao auge exclusivamente no nível do poder político oficial. A maioria absoluta dos réus integrava o mesmo partido político; por sinal, aquele que está no poder federal há quase dez anos. Esse partido surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado. Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio.
Os grandes empresários permaneceram aparentemente alheios ao debate do “mensalão”, embora fazendo força nos bastidores para uma condenação exemplar de todos os acusados. Essa manobra tática, como em tantas outras ocasiões, teve por objetivo desviar a atenção geral sobre a Grande Corrupção da máquina estatal, por eles, empresários, mantida constantemente em atividade magistralmente desde Pedro Álvares Cabral.
Quanto à classe média conservadora, cujas opiniões influenciam grandemente os magistrados, não foi preciso grande esforço dos meios de comunicação de massa para nela suscitar a fúria punitiva dos políticos corruptos, e para saudar o relator do processo do “mensalão” como herói nacional. É que os integrantes dessa classe, muito embora nem sempre procedam de modo honesto em suas relações com as autoridades – bastando citar a compra de facilidades na obtenção de licenças de toda sorte, com ou sem despachante; ou a não-declaração de rendimentos ao Fisco –, sempre esteve convencida de que a desonestidade pecuniária dos políticos é muito pior para o povo do que a exploração empresarial dos trabalhadores e dos consumidores.
E o Judiciário nisso tudo?Sabe-se, tradicionalmente, que nesta terra somente são condenados os 3 Ps: pretos, pobres e prostitutas. Agora, ao que parece, estas últimas (sobretudo na high society) passaram a ser substituídas pelos políticos, de modo a conservar o mesmo sistema de letra inicial.
Pouco se indaga, porém, sobre a razão pela qual um “mensalão” anterior ao do PT, e que serviu de inspiração para este, orquestrado em outro partido político (por coincidência, seu atual opositor ferrenho), ainda não tenha sido julgado, nem parece que irá sê-lo às vésperas das próximas eleições. Da mesma forma, não causou comoção, à época, o fato de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse sido publicamente acusado de haver comprado a aprovação da sua reeleição no Congresso por emenda constitucional, e a digna Procuradoria-Geral da República permanecesse muda e queda.
Tampouco houve o menor esboço de revolta popular diante da criminosa façanha de privatização de empresas estatais, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. As poucas ações intentadas contra esse gravíssimo atentado ao patrimônio nacional, em particular a ação popular visando a anular a venda da Vale do Rio Doce na bacia das almas, jamais chegaram a ser julgadas definitivamente pelo Poder Judiciário.
Mas aí vem a pergunta indiscreta: – E os grandes empresários? Bem, estes parecem merecer especial desvelo por parte dos magistrados.
Ainda recentemente, a condenação em primeira instância por vários crimes econômicos de um desses privilegiados, provocou o imediato afastamento do Chefe da Polícia Federal, e a concessão de habeas-corpus diretamente pelo presidente do Supremo Tribunal, saltando por cima de todas as instâncias intermediárias.
Estranho também, para dizer o mínimo, o caso do ex-presidente Fernando Collor. Seu impeachment foi decidido por “atentado à dignidade do cargo” (entenda-se, a organização de uma empresa de corrupção pelo seu fac-totum, Paulo Cezar Farias). Alguns “contribuintes” para a caixinha presidencial, entrevistados na televisão, declararam candidamente terem sido constrangidos a pagar, para obter decisões governamentais que estimavam lícitas, em seu favor. E o Supremo Tribunal Federal, aí sim, chamado a decidir, não vislumbrou crime algum no episódio.
Vou mais além. Alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao votarem no processo do “mensalão”, declararam que os crimes aí denunciados eram “gravíssimos”. Ora, os mesmos Ministros que assim se pronunciaram, chamados a votar no processo da lei de anistia, não consideraram como dotados da mesma gravidade os crimes de terrorismo praticados pelos agentes da repressão, durante o regime empresarial-militar: a saber, a sistemática tortura de presos políticos, muitas vezes até à morte, ou a execução sumária de opositores ao regime, com o esquartejamento e a ocultação dos cadáveres.
Com efeito, ao julgar em abril de 2010 a ação intentada pelo Conselho Federal da OAB, para que fosse reinterpretada, à luz da nova Constituição e do sistema internacional de direitos humanos, a lei de anistia de 1979, o mesmo Supremo Tribunal, por ampla maioria, decidiu que fora válido aquele apagamento dos crimes de terrorismo de Estado, estabelecido como condição para que a corporação militar abrisse mão do poder supremo. O severíssimo relator do “mensalão”, alegando doença, não compareceu às duas sessões de julgamento.
Pois bem, foi preciso, para vergonha nossa, que alguns meses depois a Corte Interamericana de Direitos Humanos reabrisse a discussão sobre a matéria, e julgasse insustentável essa decisão do nosso mais alto tribunal.
Na verdade, o que poucos entendem – mesmo no meio jurídico – é que o julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão.
O procedimento mental costuma ser bem outro. De imediato, em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua mentalidade própria ou visão de mundo; vale dizer, de suas preferências valorativas, crenças, opiniões, ou até mesmo preconceitos. É só num segundo momento, por razões de protocolo, que entra em jogo o raciocínio jurídico-formal. E aí, quando se trata de um colegiado julgador, a discussão do caso pelos seus integrantes costuma assumir toda a confusão de um diálogo de surdos.
Foi o que sucedeu no julgamento do “mensalão”.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21075&alterarHomeAtual=1

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

#Dicas#

Fonte: http://lulacerda.ig.com.br/

A psicanalista Bieatriz Kuhn dá dicas para para manter a cabeça no lugar, digamos assim
Depois de estudar Psicologia e Arqueologia, Beatriz Kuhn fez formação psicanalítica naSociedade Brasileira de Psicanálise do Rio e pertence à IPA (International Psychoanalytical Association). Quando sobra tempo, pode ser também militante política, como aconteceu em 2004: no auge da violência carioca, fundou o Movimento “BASTA!” de repercussão nacional. Bia Kuhn, instalada na Lagoa, está entre aquelas que vivem de consultório lotado. Foi convidada aqui para dar dicas que podem contribuir para que você tenha uma boa cabeça. (beatrizkuhn@terra.com.br).

1
A ética se constrói
Aquele que foi capaz de transformar a moral em ética… O moralista não tem uma cabeça boa; menos ainda um sujeito amoral ou imoral. A ética se constrói de dentro pra fora, a partir da percepção do outro, da empatia que nos coloca no lugar dele e nos impede de lhe fazer mal. É solida. A moral é imposta de fora pra dentro, goela abaixo, e é sustentada pelo temor à penalidade.
2
Rir de si próprio
Muitos pontos para aquele que se tornou capaz de rir de si próprio e das vicissitudes da vida. Temos aqui os dois pontos mais indicativos da evolução de uma pessoa ou de um grupo cultural: ética e senso de humor.
3
O outro não é um objeto
Ser capaz de perceber que o outro é um sujeito (pessoa), e não um objeto de uso pessoal. Parece simples e banal, mas não é: trata-se de uma aquisição psíquica.
4
Imaginar o que sente
Empatia. Uma vez percebida a existência de uma pessoa no outro, ser capaz de colocar-se em seu lugar e imaginar o que sente.
5
Aceitar as diferenças
Tolerância à alteridade. Não é possível ter-se uma cabeça boa, sem saber lidar e aceitar as inevitáveis diferenças entre o eu e o outro.
6
Duas doses de ceticismo
Quanto mais primitivo for o sujeito ou o grupo cultural, mais estará mergulhado em crendices e magia. Pessoas e sociedades evoluídas encaram mais de frente e com menos ilusão o desamparo e a impotência humana. Vide o Haiti…
7
Idealizações moderadas
Na paralela das crendices do mundo mágico, encontramos as idealizações. Poucas coisas contribuem tanto para a infelicidade da alma como o excesso de idealizações. Nem nada e nem ninguém são satisfatórios quando comparados a essas idealizações, a começar pela própria pessoa.
8
Inveja e gratidão
Ter feito o percurso que leva da inveja à gratidão. O que subsidia a inveja é a idealização da vida do próximo. É aquele cara que acredita no que vê na revista “Caras” e acha que só a vida dele é que é “Bundas”. Quanto mais a pessoa é capaz de perceber que estamos todos no mesmo barco, que Deus não deu asas a cobras, mais e mais se torna capaz de reconhecer e valorizar seus ganhos e, por fim, agradecer por eles.
9
Solidão é para felino
Autonomia e independência, para conjugar no singular, toda vez que se faz necessário ao longo do percurso. A autossuficiência não é para nossa espécie, que é gregária. Solidão é coisa para felino – leopardo é que curte viver sempre sozinho.
10
Bom é aqui e agora
Resumindo: cabeça boa tem aquele sujeito que deixou de ser patológico e tornou-se um “pato lógico”. O que é isso? É aquele cara que abandonou as falsas esperanças, as grandes pretensões e desistiu de choramingar suas mazelas, porque a lógica se sobrepôs ao medo e lhe fez ver que bom é aqui e agora, mesmo que imperfeito e insatisfatório; depois, só piora… Como é “lógico”, sabe que seu destino inexorável é tornar-se um “magret de canard” (peito do pato).

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

“Tentativa” mostra crises existenciais de uma mulher no Sesc Consolação


Espetáculo tem texto assinado por Tatiana Schunck e Henrique Schafer
"Tentativa" tem duração de 50 minutos
A difícil transição de uma mulher complexada é o tema da espetáculo“Tentativa”, em cartaz no Sesc Consolação entre 4 de outubro e 1º de novembro, com ingressos até R$ 10.
No palco, a atriz Tatiana Schuck interpreta o papel de uma mulher que decide revisitar suas lembranças e passá-las a limpo, como uma forma de análise se consciência, onde ela conversa com si mesma e com o público sobre a crise que a afeta.
Com duração de 50 minutos, o espetáculo tem direção e Henrique Schafer e nasceu a partir da leitura de depoimentos de sofrem do transtorno de Boderline – que tem a oscilação de humor, impulsividade emocional e incômodo com o mundo como principais sintomas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Capital Cultural



A metáfora criada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu busca explicar como a escola, ao não levar em conta o capital cultural de alunos vindos de diferentes meios sociais, ajuda a manter essas diferenças e estratificar a sociedade.