segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Encontro Roda mundo roda gigante


Encontro Roda Mundo Roda Gigante do projeto de leitura que acontece em parceria com a prefeitura de Carapicuíba e a Fundação Dixtal.

Vale a pena conferir porque é um projeto sério e que houve muita luta para conseguir implantar em nossa cidade. Neste momento ele acontece no CATIC com idosos, no Capes onde a mãe de deficiente que adotou uma roda e temos a previsão é que para o ano que vem a roda já esteja implantada em mais 12 lugares...

Muito bacana pq quando estava escrevendo este post a pessoa resp pelo projeto, a Sol, chegou aqui no gabinete.... puts.... ela ficou muito feliz de saber que estamos ajudando na divulgação... então galera, que puder ir prestigiar e incentivar, será muito bem vindo...

Pois trabalhamos a leitura do mundo, antes da palavra....

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sociedades sem Deus: por que os países menos religiosos são os mais satisfeitos socialmente







Entrevista especial com o sociólogo Phil Zuckerman
Para o sociólogo norte-americano, que morou por mais de um ano na Dinamarca e na Suécia, os dois países menos religiosos do mundo, é possível que uma sociedade seja relativamente irreligiosa e, ainda assim, forte, saudável, moral e próspera.
Confira a entrevista.



 
O que seria de nossas sociedades se Deus simplesmente não existisse para grande parte da população? Essa foi uma das perguntas que o sociólogo norte-americano Phil Zuckerman certamente tinha em mente ao dar início à sua mais recente pesquisa, que o levou a morar por mais de um ano na Escandinávia, especificamente na Dinamarca e na Suécia. Na bagagem, levava uma pergunta desafiante: como esses dois países, considerados os menos religiosos do mundo em todas as pesquisas prévias, podiam ser os que possuíam os mais altos índices de qualidade de vida, com economias fortes, baixas taxas de criminalidade, alto padrão de vida e igualdade social (em resumo, “contentment”, contentamento, satisfação, como ele chamou no subtítulo de seu livro)?
Zuckerman tinha ainda outro objetivo, mais localizado. Segundo ele, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, a maioria de seus conterrâneos norte-americanos “pensa que qualquer sociedade que deixa de louvar a Deus ou de colocá-Lo no centro de sua cultura será condenada”, ou que “sem uma religião forte, um país se desintegrará no caos, no crime e na imoralidade”. Assim, entrevistando 150 cidadãos dinamarqueses e suecos, ele quis mostrar que, mesmo sem Deus, “é possível que uma sociedade seja forte, saudável, moral e próspera”.
O resultado de sua viagem foi recém publicado em livro, pela New York University Press, intitulado "Society Without God – What the Least Religious Nations Can Tell Us About Contentment" [Sociedade sem Deus – O que as nações menos religiosas podem nos dizer a respeito da satisfação].
Phil Zuckerman é sociólogo, com mestrado e Ph.D. em Sociologia pela Universidade doOregon. Atualmente, é professor do Pitzer College, em Claremont, no sul daCalifórnia. Também é autor de “Sex and Religion” (Wadsworth, 2005), “Invitation to the Sociology of Religion” (Routledge, 2003), “Du Bois on Religion” (Alta Mira Press, 2000) e “Strife in the Sanctuary: Religious Schism in a Jewish Community” (Alta Mira Press, 1999), dentre outros. Em sua página no sítio do Pitzer, está publicado um dos principais artigos de Zuckerman, intitulado "Atheism: Contemporary Rates and Patterns" [Ateísmo: Taxas e Padrões] em que ele analisa detalhadamente diversos dados sobre o ateísmo contemporâneo (em inglês). Esse texto faz parte do livro "The Cambridge Companion to Atheism", organizado por Michael Martin (Cambridge University Press, 2007).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Como você realizou a sua pesquisa na Escandinávia? Qual foi a sua intenção e as suas principais descobertas?
Phil Zuckerman – A maioria dos norte-americanos pensa que qualquer sociedade que deixa de louvar a Deus ou de colocá-Lo no centro de sua cultura será condenada – e que, sem uma religião forte, um país se desintegrará no caos, no crime e na imoralidade. Eu quis mostrar que isso não é necessariamente verdade. Eu quis mostrar aos meus conterrâneos norte-americanos que é possível que uma sociedade seja relativamente irreligiosa e, ainda assim, forte, saudável, moral e próspera.
Há mais ou menos quatro anos, a Cambridge University Press [editora universitária] me pediu para escrever um capítulo de um livro a respeito de quantos ateus existem no mundo. Então, eu passei cerca de seis meses procurando por todas as pesquisas nacionais e internacionais que eu pudesse encontrar. No fim, as pesquisas mostraram que a Dinamarca e a Suécia são, talvez, os países mais irreligiosos do mundo. Muitas pessoas, na Dinamarca e na Suécia, dizem acreditar em Deus, mas muito poucas dão importância a essa crença. Muito poucas pessoas rezam a Deus, ou acreditam que o Deus literal da Bíblia é real, ou acreditam que a Bíblia é divina. Esses países têm os menores índices de crença na vida após a morte, na ressurreição de Jesus, no céu e no inferno etc. Além disso, têm os menores índices do mundo em termos de participação semanal na igreja. E mesmo assim, apesar de tudo isso, estão entre as sociedades mais prósperas, igualitárias, civilizadas e humanas da Terra. Quando olhamos os níveis de sucesso social, da alfabetização à expectativa de vida, da igualdade de gênero aos padrões ambientais, da saúde à democracia, da criminalidade aos cuidados com os mais velhos e com as crianças, as nações da Dinamarca e da Suécia estão no topo da lista.
Em resumo, a Dinamarca e a Suécia provam que é possível que as sociedades sejam relativamente não-religiosas e ainda assim muito honestas e boas. Eu quis que os meus conterrâneos norte-americanos soubessem disso.
Para entender melhor a falta de religião na Escandinávia, assim como melhor compreender a cultura de lá, eu vivi na Dinamarca durante 14 meses, em 2005-2006. E, durante esse tempo, eu realizei 149 entrevistas em profundidade com dinamarqueses e suecos de todas as classes sociais. Essas entrevistas me permitiram ir mais fundo do que os dados das pesquisas e realmente tentar entender o secularismo escandinavo.
Minhas descobertas principais: dinamarqueses e suecos são, de fato, muito seculares. E, mesmo que eles não tenham crenças religiosas fortes, geralmente são muito satisfeitos. Não acreditam na vida após a morte, mas mesmo assim eles ainda levam vidas repletas e valiosas. E não acham que exista um “significado religioso último” para a vida, e mesmo assim eles ainda aproveitam o seu tempo aqui na Terra e fazem o melhor que podem com ele. Finalmente, eu tentei entender por que essas nações são tão contrárias à religião e em que sentido elas são diferentes dos Estados Unidos no que se refere à religião e à cultura política.
IHU On-Line – Em que sentido a falta de religião está ligada à satisfação das sociedades da Dinamarca e da Suécia?
Phil Zuckerman – A Dinamarca está no topo de todas as pesquisas internacionais que se referem à felicidade. A Suécia também está bem lá em cima. Os dinamarqueses e os suecos parecem ser pessoas razoavelmente satisfeitas. Isso está ligado à falta de religião deles? É difícil dizê-lo. É ainda mais difícil prová-lo. Eu não acho que uma falta de religião, por si só, faça com que os dinamarqueses e os suecos se sintam felizes ou satisfeitos. Pelo contrário, nós só temos que notar que a falta de religião ou a falta de uma conexão forte com Deus parece não levar ao desespero, à depressão, à tristeza ou à apatia. Em outras palavras, a falta de uma fé forte não causa necessariamente a felicidade, mas também não é uma barreira ou um impedimento.
IHU On-Line – Você não concorda que, de certa forma, essas sociedades alcançaram esse bem-estar social por um substrato cristão de raízes antiqüíssimas? O inconsciente coletivo cristão que acompanhou o desenvolvimento dessas sociedades não teve importância nesse sentido?
Phil Zuckerman – Definitivamente. Não se questiona que certos valores cristãos, ao longo dos séculos, ajudaram a dar forma a esses estados de bem-estar social. Não se questiona que os ensinamentos de Lutero tiveram o seu papel, assim como a visão religiosa de Grundtvig [1]. Entretanto, devemos ser cuidadosos por diversas razões. Primeiro, aqueles que construíram o estado de bem-estar social tendiam a ser democratas sociais seculares, que eram, muitas vezes, anti-religiosos. Não foram os dinamarqueses e suecos fortemente religiosos que construíram o estado de bem-estar social. Então, parece um pouco injusto dar muito crédito ao cristianismo, quando foram os dinamarqueses e suecos seculares que verdadeiramente criaram as nações modernas e prósperas da Dinamarca e da Suécia que nós hoje admiramos.
IHU On-Line – Em uma sociedade religiosa, os valores humanos estão baseados em uma concepção que vai além do próprio humano, chegando a Deus. Em que estão baseados os valores humanos em uma sociedade irreligiosa?
Phil Zuckerman – Simples: no valor fundamental da vida humana. Os dinamarqueses e os suecos têm um respeito muito forte pela dignidade humana. Eles criaram sociedades com as menores taxas de pobreza do mundo, as menores taxas de crimes violentos do mundo e o melhor sistema de educação e de saúde do mundo. Eles fizeram isso não como uma tentativa de agradar ou alcançar Deus, mas porque vêem um valor manifesto na vida humana e acreditam que o sofrimento é um mal em e além de si mesmo. Não é necessário acreditar em Deus para acreditar na justiça. De fato, se poderia argumentar que aqueles que acreditam fortemente em Deus podem ser mais indiferentes e assumir que “tudo está nas mãos de Deus”, enquanto que os seculares sabem que a possibilidade de construir uma vida e um mundo melhores está nas mãos deles e apenas deles. Então, os dinamarqueses e os suecos contaram apenas com o seu próprio esforço – não com orações a Deus.
IHU On-Line – Podemos assumir que uma sociedade irreligiosa não é a garantia do inferno na terra. Porém, quais seriam suas principais limitações e problemas sociais? Quais seriam suas causas?
Phil Zuckerman – Nenhum país é livre de problemas. Nenhuma sociedade é livre de quaisquer erros ou fraquezas. Sim, existem problemas na Dinamarca e na Suécia. Mas eu diria que, independentemente de quais sejam esses problemas, eles comumente são piores em qualquer outro lugar. Quais limitações ou problemas podem surgir em sociedades seculares? Eu não posso dizer com certeza. Eu não tenho resposta.
IHU On-Line – Em seu livro, você afirma que uma “sociedade sem Deus não é apenas possível, como também pode ser moral, próspera e completamente agradável”. Essa é apenas uma constatação ou também uma sugestão? Sua intenção é defender e propor uma sociedade ateísta?
Phil Zuckerman – Eu não tenho nenhum desejo de propor uma sociedade ateísta. Eu acho que a religião pode ser uma coisa boa e moral. Eu acho que a religião oferece histórias e rituais maravilhosos, que os líderes religiosos ajudam as pessoas durante tempos difíceis ou nos ritos de passagem e que a religião – como qualquer criação humana – pode, às vezes, ser uma força potencial do bem no mundo. Eu não estou recomendando que as sociedades se tornem seculares. Eu estou simplesmente tentando mostrar ao mundo que o secularismo não é um mal em ou além de si mesmo, que a religião não é o ÚNICO [sic] caminho para se criar uma sociedade saudável e que precisamos reconhecer que as nações mais religiosas hoje são as mais caóticas, miseráveis e corruptas, e a tendência é que as sociedades menos religiosas hoje sejam as mais estáveis, seguras e humanas. As pessoas podem fazer o que quiserem com essas informações.

IHU On-Line – Na sua opinião, qual a explicação para a grande maioria da população que se considera religiosa em países como o Brasil? Seríamos menos “satisfeitos”?
Phil Zuckerman – Eu não sei se as pessoas são menos satisfeitas e contentes noBrasil por si sós (todo brasileiro que eu já conheci era muito feliz e satisfeito!). O que eu sei é que, no Brasil, vocês têm taxas de pobreza e de criminalidade mais altas, níveis muito altos de desigualdade, de corrupção política, um sistema de saúde mais pobre, uma igualdade de gênero mais fraca etc. Vocês têm centenas de milhares de desabrigados vivendo nas ruas, dezenas de milhares de crianças pedindo comida etc. Claro, vocês também têm Milton Nascimento e Os Mutantes. Então, quem pode reclamar?
IHU On-Line – E nos EUA mesmo, país plenamente “satisfeito” em termos sociais, como o senhor explica a grande expansão de seitas cristãs?
Phil Zuckerman – Explicar a religião nos EUA é um assunto de grande importância – e eu abordo isso no meu livro. Em poucas palavras, os altos índices de religiosidade nosEUA têm a ver com o seguinte: a religião é pesadamente comercializada e agressivamente “vendida” aqui. Nós também temos altas taxas de pobreza, de criminalidade e de desigualdade, nós também temos altos índices de diversidade racial e étnica e um excesso de comunidades imigrantes – tudo isso contribui com a nossa forte religiosidade aqui nos EUA.
IHU On-Line – Em seu livro, você diferencia o ateísmo ditatorial e o democrático, assim como a religiosidade ditatorial e a democrática. Em que se fundamenta essa diferenciação?
Phil Zuckerman – Simples: o ateísmo é forçado sobre a população ou não? Na antigaURSS, a religião se tornou virtualmente ilegal, e as pessoas que eram fortemente religiosas enfrentaram todos os tipos de punições possíveis, incluindo a tortura e a prisão. Esse também foi o caso da Albânia. E da Coréia do Norte. Se uma sociedade é regida por fascistas que impõem o ateísmo sobre uma população relutante, ele não é orgânico. É forçado. Entretanto, se olharmos os países democráticos onde a religião é simplesmente abandonada pelas pessoas livremente ao longo do tempo e sem nenhuma coerção governamental (como na Grã-Bretanha, nos Países Baixos, na Escandinávia etc.), então podemos dizer que esse é um secularismo mais orgânico, verdadeiro, livre e honesto.
IHU On-Line – Não se poderia ler em seu livro um pouco de “preconceito” com os ateus, afirmando que eles são “bons”, e um pouco de “obviedade” com os religiosos, por mostrar que eles também são humanos e têm o direito de errar, inclusive socialmente?
Phil Zuckerman – Eu não tenho certeza do que você quer dizer com essa questão. Eu não sei se os ateus são “bons”. Tudo o que eu sei é que as sociedades menos religiosas da Terra hoje tendem a ser as mais saudáveis, mais morais, mais igualitárias e mais livres – e as nações mais religiosas da Terra hoje tendem a ser as mais corruptas, pobres, dominadas pelo crime e caóticas. Os leitores podem fazer o que quiserem com essa informação. E eu sei que as pessoas relativamente não-religiosas que eu conheci e/ou entrevistei na Escandinávia estavam entre as pessoas mais gentis e mais humanas que eu já conheci – e tudo sem muita fé em Deus.
Notas:
1. Nikolai Frederik Severin Grundtvig (1783-1782) é uma das personalidades mais importantes na história da Dinamarca. Professor, escritor, poeta, filósofo, historiador, pastor e político,Grundtvig teve grande influência na história dinamarquesa. Os escritos de Grundtvig contribuíram para o surgimento do nacionalismo dinamarquês, a formação de cultura democrática e o desenvolvimento econômico. Convertido ao luteranismo em 1810, publicou "Kort Begreb af Verdens Krønike i Sammenhæng" [A crônica do primeiro mundo], de 1812, uma apresentação da história européia em que tenta explicar como Deus se faz presente na história humana e no qual critica a ideologia de diversos expoentes dinamarqueses.  Em 1825, publicou "Kirkens Gienmæle" [A réplica da igreja], uma resposta à obra de H. N. Clausen sobre o protestantismo e o catolicismo. Para Clausen, apesar de a Bíblia ser a principal base do cristianismo, ela era uma expressão inadequada de seu sentido global.Grundtvig chamou Clausen de professor anticristão e defendeu que o cristianismo não era uma teoria para ser derivada da Bíblia e elaborada por estudiosos, questionando o direito dos teólogos de interpretar a Bíblia. Por causa disso, foi proibido de pregar pelaIgreja Luterana durante sete anos. Entre 1837 e 1841, publicou “Sang-Værk til den Danske Kirke” [Obra musical para a Igreja dinamarquesa], uma rica coleção de poesia sacra. No total, Grundtvig escreveu ou traduziu cerca de 1.500 hinos. A partir de 1830, deu origem ao movimento “Folkehøjskole” [alta escola popular] da Dinamarca, que influenciou a educação de adultos nos EUA na primeira metade do século XX, por meio de um tipo singular de escola, do para o povo. As reflexões de Grundtvig sobre educação eram norteadas por cinco idéias centrais: a palavra viva (det levende ord), iuminação para a vida (livsoplysning), iluminação do Povo (folkeoplysning), dialógo equilibrado (Vekselvirkning) e as pessoas comuns acima das educadas (folket overfor de dannede)
O homem é tão egoísta que é preciso falar em recompensa em outra vida, para que ele pratique o bem nesta. -Walter Waeny

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Estou com um saudade do Pondé... não tenho mais tempo para nada além de trabalhar.... então como boa caxias que sou achei algumas frases para matar um pouquinho da saudade...

"[...] Milagres, e eu acredito neles, mas nunca serão produzidos em massa através de políticas públicas. Uma das causas da raiva dos ateus contra Deus é porque Ele não é mais democrático na distribuição de milagres".


"Não acredito que meu pequeno carro aqueça o planeta, mas já estou pagando mais imposto por isso e tenho certeza de que outros virão".


"O perdão é maior do que a justiça, ele cabe onde a justiça não seria suficiente. É possível ser justo com alguma pessoa, sem perdoá-la".


"Quando se deixa de acreditar em Deus, passa-se a acreditar em qualquer besteira ...na Natureza, na História, na Ciência ou em Si Mesmo. Essa última eu acho, é a pior de todas. Coisa de gente cafona".


"A paranóia é a consciência aguda da fragilidade da vida"




"A vida é uma chacina cotidiana. O envelhecimento chega sem que você espere, o mundo fica repetitivo com o tempo, as pessoas ficam previsíveis e sexo fácil é sempre sexo sem amor. O amor é raro, difícil, caro, duro de encontrar, morre fácil, porque é sempre mal-adaptado a um ambiente mais afeito a baratas do que a seres humanos"


Dale Pondé.....

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Campanha exige 10% do PIB para a educação


Estudantes, professores e técnicos-administrativos se mobilizam em defesa da educação pública e lançam campanha e plebiscito
Por Otávio Nagoya
Mais de 20 mil pessoas se reuniram em Brasília no dia 24 de agosto, em uma marcha em defesa da educação, saúde e reforma agrária. A manifestação foi iniciativa dos movimentos sociais, centrais sindicais, além de partidos e coletivos de esquerda. Na ocasião, foi lançada a campanha “10% do PIB na educação pública já!”, iniciada pelos movimentos de educação e amplamente apoiada pelos outros setores da marcha. A campanha exige do governo federal que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país seja destinado para a educação pública, sendo iniciado imediatamente.
“É muito importante que tenhamos uma campanha forte, temos que conseguir atingir o cerne da questão. Sem dinheiro, a educação não vai avançar. E não ter dinheiro é uma opção política tomada pelo governo, já que mais de 50% do PIB é destinado para pagar a dívida e apenas 5% para a educação”, analisa Rebecca Freitas, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante da Oposição de Esquerda da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Léia de Souza Oliveira, coordenadora geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) conta que a campanha conta com forte apoio dos movimentos sociais, e que “o debate está sendo travado pelos trabalhadores do ensino básico e também os trabalhadores do ensino superior privado”.
Para Júlio Anselmo, membro do DCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da executiva nacional da Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre (Anel), a campanha nasce da necessidade dos estudantes no dia a dia, como estruturas precárias e falta de equipamentos. “Além disso, existe um atraso histórico na educação brasileira. O descaso do governo fica ainda mais explícito, já que estamos vivendo um período de crescimento econômico, só que não vimos isso ser passado para as áreas sociais”, critica.
Reivindicação histórica
O investimento de 10% do PIB brasileiro em educação é uma pauta antiga do movimento de educação. Ainda no fim da década de 1990, os militantes promoviam o Congresso Nacional de Educação, que protagonizou importantes lutas durante os oito anos do Governo FHC. Foi por causa da pressão que o governo inclui no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2001, o repasse de 7% do PIB para a educação. Porém, FHC vetou esse dispositivo e manteve o investimento em torno dos 4%. Durante o governo Lula, o veto foi mantido, apesar de um pequeno aumento no investimento, que ficou em 5,3%, em 2007, segundo dados da Unesco.
“O Lula, em sua candidatura, prometeu remover o veto, mas nunca o fez e tive a oportunidade de perguntar para o Fernando Haddad [ministro da Educação]: Por que a promessa não foi cumprida? E ele respondeu de maneira clara que não dava para reverter o veto dos 7%, pois não conseguiríamos fazer superávit primário para pagar os banqueiros”, conta Chico Miraglia, professor da Universidade de São Paulo (USP) e integrante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). “10% do PIB não é o ideal, é o mínimo para que a educação tenha um papel estratégico na transformação social do Brasil”, garante Léia de Souza Oliveira.
Para a estudante Rebecca Freitas, o antigo PNE, com validade entre 2001 a 2011, foi bastante falho: “Chegamos ao fim do PNE com apenas dois terços de sua meta cumprida, o que é uma obviedade. De que adianta colocar metas e não ter dinheiro? Isso vira um plano de intenções. O mesmo está se desenhando para o novo PNE”. A justificativa dada pelo Ministro da Educação é que o Brasil não tem dinheiro para ultrapassar o investimento de 7% do PIB proposto no novo PNE. “Desde quando dobrar o investimento em educação vai quebrar um país? Quando é para tirar dinheiro do orçamento do Estado para dar para os banqueiros, isso não quebra o país?”, questiona Júlio Anselmo.
Fonte: Caros Amigos

Já passou da hora de se pensar nos investimentos que fazemos na nossa educação. Enquanto não priorizarmos o desenvolvimento intelectual e reflexivo, o povo continuará sendo manipulado e esmagado pelo trator dos detentores do poder.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Geração Capitão Planeta


Image Detail



Como ficam as alunas da USP violentadas? Devem pedir ajuda para o fantasma de Foucault?


Você se lembra do desenho "Capitão Planeta"? Nele um grupo de jovens de várias etnias (brancos, negros, amarelos, vermelhos, enfim, todas as "cores do arco-íris") defendia o planeta.

Acho que "Capitão Planeta" deveria ser o patrono dos "novos jovens" que invadiram Wall Street , o Viaduto do Chá e a USP. Estes, então, são ridículos, se acham acima da lei e não querem polícia no campus. Como ficam as alunas violentadas? Devem pedir ajuda para o fantasma de Foucault?

Muito professor-cheerleader é culpado por isso quando fala de "jovens que lutam por um mundo melhor". Este "mundo melhor" é o que eles têm na cabeça e que implica sempre eliminar quem não concorda com eles (o movimento estudantil sempre foi extremamente autoritário).

E não existe "o jovem", jovens são múltiplos e muitos não concordam com os baderneiros que invadiram a Faculdade de Filosofia da USP. Quando você tem 12 anos, um desenho como esse "emociona". Depois dos 18 anos, se você ainda acredita "no mundo do Capitão Planeta", é porque não fez os passos naturais do amadurecimento mental.

A diferença entre eles e a última geração revolucionária de fato (Fidel Castro e Che Guevara) é que enquanto "los hermanos" de Cuba, enfrentaram inimigos à bala, essa moçadinha, que acha que "todas as diferenças podem conviver lado a lado" (até a primeira briga de ciúme entre dois caras pela menina mais gostosa do grupo, aliás, coisa rara nesse meio), ao primeiro tiro correria para casa para brincar com o seu iPad.

A mídia ideológica, cansada do marasmo desde maio de 1968 (aquela "revolução francesa" dos estudantes entediados que acabou numa noite gostosa de queijos e vinhos), abraçou esses "movimentos" como um novo "partido mundial dos jovens".

Engraçado como gente (os "jovens") que não paga suas contas (papai as paga ou alguma instituição) acha que pode "resolver" o mundo.

Para provar a piada, basta lembrar que Wall Street é um reduto do Partido Democrata americano, logo, do Obama, o "Messias avatar" dessa moçada, fato que a maioria desses "invasores" do templo capitalista não sabe.

Esta "invasão" de Wall Street foi uma modinha das grandes cidades da costa americana, assim como seus desfiles de moda, seus chefs de cozinha étnica e seu gosto por clássicos da literatura somali, sem os quais o mundo não seria a mesma coisa...

A "invasão" marca o descontentamento de desempregados e a irritação com os ganhos dos bancos nos últimos anos em meio à crise. No caso dos EUA, ninguém deu ouvidos a eles na "América profunda". A mídia tentou fazer deles representantes da América porque a maior parte da mídia é "Capitão Planeta".

Um objeto fetiche desses caras é a Primavera Árabe. Assim como o restante desses movimentos dos últimos meses, todos diferentes entre si, o árabe pode ter diferenças importantes internas ao próprio mundo árabe.

Peguemos a "secular" Tunísia como exemplo. Berço da "Primavera Árabe", conforme muitos previram, ela deu a primeira vitória das urnas a um partido islâmico (como queríamos demonstrar... Aliás, ao contrário do que a geração de intelectuais "Capitão Planeta" dizia sobre "não haver risco de os islamitas ganharem as eleições"). Islamita é o nome técnico para fundamentalismo islâmico político e/ou "militar".

Apesar de o partido em questão, Nahda, jurar que abandonará suas propostas fundamentalistas (ele era ilegal durante a ditadura "secular" da Tunísia justamente por ser fanático), veremos se suas juras serão verdadeiras.

Especialistas esperam que esses islamitas, quando chegarem ao poder, usem como modelo o partido islâmico moderado da Turquia. 

Na Turquia, índices como a presença de mulheres nos quadros funcionais do governo diminuíram significativamente nos anos em que o islamismo moderado turco tem estado no poder. Isso significa uma "islamização" da máquina administrativa. Islamitas tratam as mulheres como animais de estimação.

Ocidentais que não conhecem o Oriente Médio pensam que a maioria da população lá é do tipo "paz, amor e viva a diferença". Pura ignorância.

Luíz Felipe Pondé.

Fonte: Folha SP.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Esperando o Super-homem




O que acontece com a nossa educação?  "A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele". Hannah Arendt.
Vi esta frase e me peguei refletindo sobre seu sentido. Talvez estejamos amando somente a nós mesmos e esquecendo que fazemos parte de um universo muito maior que o limite do cartão de crédito ou o quanto podemos pagar na prestação de um carro.

Crash Test Dummies - Mmm Mmm Mmm Mmm

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O homem duplicado

Já faz algumas semanas que terminei de ler um livro ótimo.. O homem duplicado do José Saramago. Desde então estou querendo compartilhar com todos as minhas impressões do mesmo, mas fiquei protelando, por causa da tão estimada preguiça, e do trabalho, é claro. Entretanto hoje estou um pouco inspirada para tal.

Bem acho que posso começar dizendo o livro é MUITO BOM. Em geral o livro aborda a vida de um professor de história que descobre um ator idêntico a ele, partindo deste fato ele começa a entrar em algumas crises de identidade e na busca incansável por encontrar este ator. O auge (para mim) é quando estas duas personas se encontram, mudando completamente o rumo de suas vidas, onde um assume a identidade do outro e traz uma baita tragédia.

Acho que talvez eu tenha demorado tanto para escrever por causa, justamente, das impressões que tive dele. Apesar de ser uma ficção está totalmente vinculada com a realidade, visto que muitas pessoas assumem "outras identidades" além da sua.

Saramago trata neste livro de questões muito comum da vida cotidiana como valores, principios, coragem entre outros.

Enfim, acho que não estou tão inspirada, então fico por aqui... foda-se.