segunda-feira, 27 de junho de 2011

O casulo invisível

Durante a crise do gigantesco vazamento de óleo da British Petroleum, no ano passado, o autor americano Eli Pariser pediu a duas pessoas, que ele conhecia e vivem na mesma região do país, que googlassem "BP". No primeiro resultado de buscas, uma delas recebeu notícias sobre o desastre ecológico e suas consequências. A segunda busca gerou informações sobre as ações da companhia e dicas financeiras. E daí?, perguntará o leitor que, além de não viver de pesca na Louisiana, não investe em ações de companhias de petróleo.
O exemplo acima ilustra o argumento do livro recém-lançado por Pariser, The Filter Bubble: What the Internet Is Hiding From You (A Bolha do Filtro: O Que a Internet Está Escondendo de Você). E o você do título é qualquer internauta.
Lá vem mais uma ludita acenando com cenários orwellianos, dirá o homo ciberneticus, em beatitude constante com sua existência digital. Reconheço que há uma espécie de racha ideológico alimentado pela ignorância da grande maioria dos leitores, e me incluo entre eles, sobre as entranhas da tecnologia da informação. Vivemos numa gangorra bipolar em que os especialistas inspiram euforia ou depressão sobre o significado de viver online.
O livro de Eli Pariser é um bom exemplo. Não deve ser tomado como prova do fim dos tempos, mas soa um alerta válido e ilumina um fato que grandes corporações de mídia gostariam de manter obscuro: vivemos cada vez mais em casulos de informação, zonas de conforto impostas por modelos matemáticos. Daí os resultados tão diferentes quando duas pessoas googlaram "BP".
Outra experiência narrada por Pariser, um ex-diretor do MoveOn.org, o movimento à esquerda do espectro político americano que ajudou a mobilizar o voto pró-Obama, se passou no Facebook. Ele notou que seus amigos conservadores começaram a sumir das atualizações de sua página. Só recebia notícias de seus amigos politicamente liberais. O gigante da mídia social havia decidido que, por surfar em sites progressistas, Pariser devia "se afastar" da companhia de direitistas.
A personalização das ferramentas de busca para otimizar a venda de publicidade foi vendida como uma conveniência para combater o excesso de informação irrelevante. E, de fato, é muito prática se você está buscando uma farmácia aberta durante 24 horas no seu bairro. Mas, se há um desastre ecológico em curso e uma ferramenta de busca que seleciona para você dicas de ações da companhia responsável pelo estrago, caímos no paternalismo do algoritmo que faz escolhas por nós.
O autor de The Filter Bubble alega que, por ser silenciosa e invisível, a bolha seletiva criada por sites como o Google, Yahoo e o Bing tem um potencial sinistro de moldar e limitar nosso acesso à informação. E, se consideramos o instrumento da seleção em regimes autoritários, ela adquire controles mais amplos. Enquanto a história de fazia nas ruas do Cairo, o incauto que buscasse "Praça Tahrir" poderia ser dirigido a pacotes turísticos. Eli Pariser sugere que as corporações sejam mais transparentes sobre os métodos que usam para traçar nosso itinerário online.
Os algoritmos usados nas buscas - e é bom lembrar que algoritmo não pensa -, ao passarem de árbitros da seleção de anúncios a editores invisíveis do conteúdo que acessamos, vão induzindo o que Pariser define como um estado de autodoutrinação progressivo. Passamos a consumir informação que nos interessa e o conhecimento do mundo vai sendo engessado, como no exemplo dos amigos de Pariser no Facebook, pela companhia de gente com preocupações políticas idênticas. Pariser lembra que a exposição à diferença do outro é uma proteção preciosa para não esquecermos dos limites da nossa compreensão da realidade. E argumenta, com razão, que é da natureza humana buscar conforto e reafirmação. Neste admirável mundo novo da personalização e do hiperentretenimento, diz ele, quantos vão clicar "curtir" no topo de uma notícia de guerra civil na África?
Pariser sugere que aos internautas seja dado um acesso muito maior a recursos de controle dessa seleção nada natural. É uma forma de resistir à engenharia da visão de mundo, promovida sem reservas pela mídia social. Ele diz que uma das inspirações para o livro foi um comentário do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg: "Um esquilo que morre no seu jardim tem mais relevância para você atualmente do que gente morrendo na África". Se é cada vez maior o número de pessoas apenas preocupadas com a morte do esquilo, o que isso representa para o futuro da sociedade? 
Por: Lúcia Guimarães

sábado, 25 de junho de 2011

Showzaço!!! Pitanga em Pé de Amora



Pitanga em Pé de Amora no Teatro do Sesc Pompeia
Participações especiais de Laércio de Freitas, Marcelo Preto e Shen Ribeiro
07 de julho, quinta-feira, às 21h00
Ingressos: R$ 4,00 a R$ 16,00

Depois de sentir o gostinho na gravação do programa Sr Brasil (TV Cultura) o Pitanga em Pé de Amora vai agora, finalmente, se apresentar no Teatro do Sesc Pompeia. Há muito o grupo sonha com esse momento. E para torná-lo ainda mais especial contará com as participações do maestro Laércio de Freitas, Marcelo Preto e Shen Ribeiro. Além, claro, da presença dos músicos que participaram do cd – Lulinha Alencar (acordeon), Ronen Altman (bandolim), Lourenço Rebetez (guitarra), Pedro Gongon (percussão) e Rodolfo Laumes (bateria). Mais um show da turnê de lançamento que já lotou o Auditório Ibirapuera em pleno dia das mães. O cd de estreia da banda foi gravado no Espaço Cachuera/SP durante o segundo semestre do ano passado e disponibilizado na internet no site www.pitangaempedeamora.com.br.  

Para quem não sabe...
O grupo paulistano Pitanga em Pé de Amora é formado por 4 rapazes e uma moça, idade média 25 anos, com um repertório100% autoral. Influenciados por gente do porte de Guinga, Tom Jobim, Chico Buarque e Pixinguinha, os cinco amigos de adolescência, compositores e intérpretes, apresentam um frescor a canção popular com seus instrumentos acústicos. Ângelo Ursini (saxofone, clarinete e flauta), Daniel Altman (violão 7 cordas e voz) e Gabriel Setúbal (trompete, violão e voz) se revezam nas composições do grupo que tem Diego Casas (violão e voz) como letrista oficial. E, Flora Poppovic, além da percussão precisa, principal intérprete, dá o toque feminino à banda com sua linda voz. Os arranjos se resolvem sempre de maneira coletiva – sambas, choros, frevos e canções fazem parte do repertório. A revista Época SP (set/10) elegeu o Pitanga como a “melhor banda nova” e a revista Marie Claire (mar/11) cita o grupo como “ótima promessa da música brasileira”. O Pitanga participou também recentemente de programas de rádio (CBN, Eldorado, Jovem Pan, USP FM, Cultura Brasil, etc.), do programa Sr. Brasil/TV Cultura e do programa Estúdio i (GloboNews).  
Me apaixonei.... estou perdidamente apaixonada.... aconteceu logo na primeira vez que escutei.... depois já abracei.... e ninguém mais me aguenta ouvir falar tanto... mas o que posso fazer.... é divino.... são coisas que acontecem (mas principalmente comigo)... e agora só fico a querer...  Pitanga em pé de amora.... Mas tá ai... pra vc ver se não é apaixonante!!!


Chegou


Chegou que nem temporal no sertão
Que nem explosão de vulcão
Que nem boa nova que alguém tem pra dar
Ninguém de bem veio me avisar
Se eu nunca fui de adivinhar
Como é que eu podia saber logo eu
Que você viria sorrateira
Assim, deu nem me à perceber
E quando eu fui ver foi você
Que a sorte devia e a vida me deu
Que tu já nascestes em verso e prosa
Da rosa que ninguém viu
São teus lábios, tua cor, és meu amor
Um sentimento muito mais servil, és ril
Enquanto eu folha seca deslizar, furtir
Pra onde quer que tu me levez
Minha alma de partir
Como um cigano à teus pés
Chegou que nem temporal no sertão
Que nem explosão de vulcão
Que nem boa nova que temem pra dar
Ninguém de bem veio me avisar
Se eu nunca fui de adivinhar
Como é que eu podia saber logo eu
Que você viria sorrateira
Assim, deu nem me à perceber
E quando eu fui ver foi você
Que a sorte devia e a vida me deu
Que tu já nascestes em verso e prosa
Da rosa que ninguém viu
São teus lábios, tua cor, és meu amor
Um sentimento muito mais servil, és ril
Enquanto eu folha seca deslizar, furtir
Pra onde quer que te me leves
Minha alma de partir
Como um cigano à téus pés



Frevo



Ói lá quem vem me fazendo calor
É o meu amor
Já vem chegando e vem pra me atiçar
Vem me tirando com a mão
Meu peito e o coração
E o que é que eu posso
É tudo nosso, deixa estar
Tanta saudade que eu conheci
Quando eu te vi
De algum lugar que eu não podia ter
E eu desprendia do chão, no vão entre você
E a minha alma, que esse corpo é de aluguel
Refrão:
E faz uma semana
Será que já faz mês
Dois anos ou três
Será a tempo
Temperamento
Pensamento de amor
Eu me derramo
Faço planos
E me engano sem pudor


quarta-feira, 15 de junho de 2011

A desmoralização social da carreira docente



"Mais valem lágrimas de derrota do que a vergonha de não ter lutado".
Sabedoria popular brasileira
Qualquer avaliação honesta da situação das redes de ensino público estadual e municipal revela que a educação contemporânea no Brasil, infelizmente, não é satisfatória. Mesmo procurando encarar a situação dramática com a máxima sobriedade, é incontornável verificar que o quadro é desolador. A escolaridade média da população com 15 anos ou mais permanece inferior a oito anos, e é de quatro entre os 20% mais pobres, porém, é superior a dez entre os 20% mais ricos (1). É verdade que o Brasil em 1980 era um país culturalmente primitivo que recém completava a transição histórica de uma sociedade rural. Mas, ainda assim, em trinta anos avançamos apenas três anos na escolaridade média.

São muitos, felizmente, os indicadores disponíveis para aferir a realidade educacional. Reconhecer as dificuldades tais como elas são é um primeiro passo para poder ter um diagnóstico aproximativo. A Unesco, por exemplo, realiza uma pesquisa que enfoca as habilidades dominadas pelos alunos de 15 anos, o que corresponde aos oitos anos do ensino fundamental (2). O Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) é um projeto de avaliação comparada. As informações são oficiais porque são os governos que devem oferecer os dados. A pesquisa considera os países membros da OCDE além da Argentina, Colômbia e Uruguai, entre outros, somando 57 países.

Em uma avaliação realizada em 2006, considerando as áreas de Leitura, Matemática e Ciências, o Brasil apresentou desempenho muito abaixo da média (3). No caso de Ciências, o Brasil teve mais de 40% dos estudantes situados no nível mais baixo de desempenho. Em Matemática, a posição do Brasil foi muito desfavorável, equiparando-se à da Colômbia e sendo melhor apenas que a da Tunísia ou Quirguistão. Em leitura, 40% dos estudantes avaliados no Brasil, assim como na Indonésia, México e Tailândia, mostram níveis de letramento equivalentes aos alunos que se encontram no meio da educação primária nos países da OCDE. Ficamos entre os dez países com pior desempenho.

As razões identificadas para esta crise são variadas. É verdade que problemas complexos têm muitas determinações. Entre os muitos processos que explicam a decadência do ensino público, um dos mais significativos, senão o mais devastador, foi a queda do salário médio docente a partir, sobretudo, dos anos 80. Tão grande foi a queda do salário dos professores que, em 2008, como medida de emergência, foi criado um piso nacional. Os professores das escolas públicas passaram a ter a garantia de não ganhar abaixo de R$ 950,00, somados aí o vencimento básico (salário) e as gratificações e vantagens. Se considerarmos como referência o rendimento médio real dos trabalhadores, apurado em dezembro de 2010, o valor foi de R$ 1.515,10(4). Em outras palavras, o piso nacional é inferior, apesar da exigência mínima de uma escolaridade que precisa ser o dobro da escolaridade média nacional.

Já o salário médio nacional dos professores iniciantes na carreira com licenciatura plena e jornada de 40 horas semanais, incluindo as gratificações, antes dos descontos, foi R$1.777,66 nas redes estaduais de ensino no início de 2010, segundo o Ministério da Educação. Importante considerar que o ensino primário foi municipalizado e incontáveis prefeituras remuneram muito menos. O melhor salário foi o do Distrito Federal, R$3.227,87. O do Rio Grande do Sul foi o quinto pior, R$1.269,56 (5). Pior que o Rio Grande do Sul estão somente a Paraíba com R$ 1.243,09, o Rio Grande do Norte com R$ 1.157,33, Goiás com R$ 1.084,00, e o lanterninha Pernambuco com R$ 1.016,00. A pior média salarial do país corresponde, surpreendentemente, à região Sul: R$ 1.477,28. No Nordeste é de R$ 1.560,73. No Centro-Oeste, de R$ 2.235,59. No Norte, de R$ 2.109,68. No Sudeste, de R$ 1.697,41.

A média nacional estabelece o salário docente das redes estaduais em três salários mínimos e meio para contrato de 40 horas. Trinta anos atrás, ainda era possível ingressar na carreira em alguns estados com ordenado equivalente a dez salários mínimos. Se fizermos comparações com os salários docentes de países em estágio de desenvolvimento equivalente ao brasileiro as conclusões serão igualmente escandalosas. Quando examinados os salários dos professores do ensino médio, em estudo da Unesco, sobre 31 países, há somente sete que pagam salários mais baixos do que o Brasil, em um total de 38 (6). Não deveria, portanto, surpreender ninguém que os professores se vejam obrigados a cumprir jornadas de trabalho esmagadoras, e que a overdose de trabalho comprometa o ensino e destrua a sua saúde.

O que é a degradação social de uma categoria? Na história do capitalismo, várias categorias passaram em diferentes momentos por elevação do seu estatuto profissional ou por destruição. Houve uma época no Brasil em que os "reis" da classe operária eram os ferramenteiros: nada tinha maior dignidade, porque eram aqueles que dominavam plenamente o trabalho no metal, conseguiam manipular as ferramentas mais complexas e consertar as máquinas. Séculos antes, na Europa, foram os marceneiros, os tapeceiros, e na maioria das sociedades os mineiros foram bem pagos. Houve períodos históricos na Inglaterra - porque a aristocracia era pomposa - em que os alfaiates foram excepcionalmente bem remunerados. Na França, segundo alguns historiadores, os cozinheiros. Houve fases do capitalismo em que o estatuto do trabalho manual, associado a certas profissões, foi maior ou menor.

A carreira docente mergulhou nos últimos vinte e cinco anos numa profunda ruína. Há, com razão, um ressentimento social mais do que justo entre os professores. A escola pública entrou em decadência e a profissão foi economicamente desmoralizada e socialmente desqualificada, inclusive, diante dos estudantes.

Os professores foram desqualificados diante da sociedade. O sindicalismo dos professores, uma das categorias mais organizadas e combativas, foi construído como resistência a essa destruição das condições materiais de vida. Reduzidos às condições de penúria, os professores se sentem vexados. Este processo foi uma das expressões da crise crônica do capitalismo. Depois do esgotamento da ditadura, simultaneamente à construção do regime democrático liberal, o capitalismo brasileiro parou de crescer, mergulhou numa longa estagnação. O Estado passou a ser, em primeiríssimo lugar, um instrumento para a acumulação de capital rentista. Isso significa que os serviços públicos foram completamente desqualificados.

Dentro dos serviços públicos, contudo, há diferenças de grau. As proporções têm importância: a segurança pública está ameaçada e a justiça continua muito lenta e inacessível, mas o Estado não deixou de construir mais e mais presídios, nem os salários do judiciário se desvalorizaram como os da educação; a saúde pública está em crise, mas isso não impediu que programas importantes, e relativamente caros, como variadas campanhas de vacinação, ou até a distribuição do coquetel para os soropositivos de HIV, fossem preservados. Entre todos os serviços, o mais vulnerável foi a educação, porque a sua privatização foi devastadora. Isso levou os professores a procurarem mecanismos de luta individual e coletiva para sobreviverem.

Há formas mais organizadas de resistência, como as greves, e formas mais atomizadas, como a abstenção ao trabalho. Não é um exagero dizer que o movimento sindical dos professores ensaiou quase todos os tipos de greves possíveis. Greves com e sem reposição de aulas. Greves de um dia e greves de duas, dez, quatorze, até vinte semanas. Greves com ocupação de prédios públicos. Greves com marchas.

Conhecemos, também, muitas e variadas formas de resistência individual: a migração das capitais dos estados para o interior onde a vida é mais barata; os cursos de administração escolar para concursos de diretor e supervisor; transferências para outras funções, como cargos em delegacias de ensino e bibliotecas. E, também, a ausência. Tivemos taxas de absenteísmo, de falta ao trabalho, em alguns anos, inverossímeis.

Não obstante as desmoralizações individuais, o mais impressionante, se considerarmos o futuro da educação brasileira, é a valente resistência dos professores com suas lutas coletivas. Foram e permanecem uma inspiração para o povo brasileiro.

Notas: 

1) Os dados sobre desigualdades sociais em educação mostram, por exemplo, que, enquanto os 20% mais ricos da população estudam em média 10,3 anos, os 20% mais pobres têm média de 4,7 anos, com diferença superior a cinco anos e meio de estudo entre ricos e pobres. Os dados indicam que os avanços têm sido ínfimos. Por exemplo, a média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade se elevou apenas de 7 anos em 2005 para 7,1 anos em 2006. Wegrzynovski, Ricardo, Ainda vítima das iniqüidades in http://desafios2.ipea.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=3962.
Consulta em 21/02/2011.

2) Informações sobre o PISA podem ser procuradas em: http://www.unesco.org/new/en/unesco/
Consulta em 21/02/2011.

3) O relatório citado organiza os dados de 2006, e estão disponíveis em:http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001899/189923por.pdf
Consulta em 19/02/2011.

4) A pesquisa mensal do IBGE só é realizada em algumas regiões metropolitanas. Não há uma base de dados disponível para aferir o salário médio nacional.http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/pme_201012pubCompleta.pdf
Consulta em 19/02/2011.

5) Uma pesquisa completa sobre os salários iniciais em todos os estados pode ser encontrada em estudo:http://www.apeoc.org.br/extra/pesquisa.salarial.apeoc.pdf


Valerio Arcary é professor do IF/SP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) e doutor em História pela USP.

Circuito Sesc de Artes esquenta o Parque dos Paturis



No próximo domingo, 19, o Parque dos Paturis se tornará ponto de encontro cultural e artístico com o Circuito SESC de Artes 2011. A partir das 14h30, quem for ao Parque encontrará uma série de atividades para a população de Carapicuíba interagir e acompanhar.
Segue abaixo a programação:
14h30 - Circo - Uma Surpresa para Benedita
15h - Artes Visuais - Jogo Acervo SESC de Arte Brasileira
15h - Artes Visuais - Câmera Ambulante
15h - Performance - É Crédito ou Débito?
16h - Literatura - Canto a Canto
17h - Dança - O Corpo é a Mídia da Dança
18h - Teatro - Negrinho do Pastoreio
19h - Artemídia - Caixa Prego
19h - Especial - Videorrepórter
20h - Música - Orquestra Contemporânea de Olinda
O Circuito SESC de Artes acontece em 88 cidades do estado de São Paulo, de 1 a 19 de junho, com a participação de mais de 270 artistas e 71 atividades envolvendo outros 200 profissionais, entre produção e técnicos do Circuito.
O ponto de partida do circuito é a valorização da experiência artística e a quebra da rotina no cotidiano das cidades estabelecendo provocações e diálogos com artistas locais, propiciando novas possibilidades.
Para mais informações sobre o Circuito SESC de Artes acesse o hotsite: www.sescsp.org.br/circuito
Banda bacaninha!!!

24 mil escolas foram fechadas no campo


Uma situação que merece a atenção e o apoio de todos e todas que defendem uma sociedade mais justa e igualitária!

Por MST

A atual conjuntura da luta pela reforma agrária passa pela necessidade da defesa da educação pública brasileira. Dessa forma, este debate emerge dos desafios que temos em relação ao acesso e à organização da educação nos acampamentos e assentamentos das áreas de reforma agrária, agricultura familiar e camponesa, neste momento de disputa de projeto de sociedade.

No campo brasileiro, existem milhares de crianças, jovens e adultos que têm seus direitos fundamentais negados pelo Estado, dentre os quais: terra, trabalho, habitação, saúde e educação básica.

Um dado alarmante é que mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos, em uma realidade onde a maioria das escolas que existem estão em condições precárias.

O MST, a partir da luta pela terra, tem demonstrado o potencial de organização quando alia estes direitos fundamentais a um projeto popular dos trabalhadores. É nossa responsabilidade dar visibilidade a estas questões e construir lutas que visem a garantia destes direitos básicos.

Os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 2009, do Censo Escolar do INEP/MEC (2002 a 2009), e da Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária INCRA (2010).

A realidade da educação brasileira é ainda de 14,1 milhões de analfabetos, o que corresponde a 9,7% do total da população com 15 anos ou mais de idade. Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional, ou seja, lê e escreve, mas não consegue compreender, interpretar ou escrever um texto.

No Nordeste brasileiro, 18,7% da população é analfabeta. São mais de sete milhões de pessoas. Entre as pessoas com mais de 15 anos considerados analfabetos funcionais no Brasil, mais de um terço vivem no Nordeste e, destas, mais da metade vivem no meio rural.

A média de anos de escolaridade das crianças e jovens entre 10 e 16 anos, no Nordeste, é de 4,4 anos. Os dados apontam para as disparidades regionais, sendo que o Norte e o Nordeste do país concentram os piores índices sociais.

A nossa ação deve ser local, visto que a maioria das escolas fechadas pertence à rede municipal, mas sem perder de vista que devemos responsabilizar e fazer o Ministério da Educação dar respostas sobre o fechamento de escolas, exigindo o não fechamento de escolas e dando condições para a construção de novos estabelecimentos. Tendo em vista o grande número de fechamento de escolas, principalmente no campo, estamos lançando uma campanha nacional para discutir e denunciar a situação do fechamento das escolas principalmente no campo.

Esta campanha tem o objetivo de defender a educação pública que seja um direito de todos os trabalhadores. Para que isso se concretize, é importante mobilizar comunidades, movimentos sociais, sindicatos, enfim toda a sociedade para se indignar quando uma escola for fechada e lutar para mudar esta realidade.
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sexta-feira, 10 de junho de 2011

"A desordem nas almas gerou a falência na família, estimulada em parte também por fatores externos e se reflete na falência da autoridade em geral. A quimera imaginada por uma sociedade igualitária e feliz, livre da Lei Moral sempre terminará em atos de abuso de poder, afora outras nefastas consequências. Não é possível mudar a natureza humana. O que se pode fazer é conter suas más inclinações"

João Gilberto - Bésame mucho




Não tenho palavras para descrever meus sentimentos ao ouvir esta música.

Homenagem por seu "oitentão" ao magnifico João Gilberto

domingo, 5 de junho de 2011

Feios, gordos, dessexualizados e infelizes

“Quem ama o feio, bonito lhe parece”. Sim, mas o difícil é amar o feio.   Arthur Danto tem insistido que a arte não se relaciona mais com o belo. Talvez até ocorra o contrário, há objetos em galerias que visam arrancar todo tipo de expressão dos visitantes, menos a de prazer com belo. Umberto Eco, diferentemente, acredita que há, sim, um belo em nosso tempo, mas que não está mais na arte e sim na mídia, algo voltado para o que ele chama de “consumo”.

Hoje, mais do que em qualquer outra época, o que consideramos belo está profundamente ligado a nós mesmos. Nossa cultura atual é narcísica – certamente! Mas não devemos notar isso para colocar dedos em riste. É bom aqui apenas tomar distância tendo consciência histórica. O narcisismo é apenas o desdobramento do processo, marcadamente moderno, de surgimento do sujeito como peça importante de nossos discursos e de culto do indivíduo como elemento produtor e produto da política – exatamente uma das facetas da boa doutrina liberal. Isto tem empurrado o belo na direção de nós mesmos. É tão verdade isso que quando falamos em belo, para a maioria de nós, não vem à mente algo como uma obra arquitetônica ou uma paisagem, mas a figura do corpo humano. Aliás, nem mesmo o corpo humano representado no mundo das artes plásticas, mas o corpo, em nosso imaginário, como já se apresenta no mundo da mídia. Um mundo que se funde, é claro, com o mundo do consumo estratificado.

Belo somos nós. Nada pode ser propriamente belo, senão nós. Há inúmeras coisas no mundo que podemos dizer que são belas, é claro, mas parece que estamos realmente falando do belo quando estamos nos referindo à figura humana. Demorou mas, enfim, nossos corpos foram para o palco que criamos nos tempos modernos e, uma vez tendo chegado lá, são os donos da cena.  Quando falamos em beleza, hoje, o que é chamado à mente tem a ver com a nossa silhueta humana. Nada há no mundo urbano de mais celebrado como o lugar do belo que os espaços em que há o desfile – em avenidas, nos shoppings, na TV e, agora, na Internet, que nada é senão a fusão disso tudo.
Essa centralidade do belo em nós mesmos deveria ser celebrada. Afinal, que bom que podemos, ao falar de beleza, falar de nós mesmos, não é verdade?  Mas essa humanização do belo e, ao mesmo tempo, a democratização do belo e a socialização das nossas imagens têm seu preço. E esse preço não vem com a facilidade do crediário.

Belo somos nós e na riqueza de nossas divergências é que encontramos a pluralidade do belo. Ao mesmo tempo, junto dessa pluralidade, alguns elementos padronizados saem das catacumbas do inferno, como se viessem de bueiros das grandes avenidas para se incrustar nas vitrines, dar brilho às academias, criar palcos especiais de TV e colocar webcans em rotinas twitteiras. Junto do mundo plural, paradoxalmente  a sombra do partido único levanta sua cabeça: a estética da silhueta malhada ou magra se impõe e espalha o horror à gordura.
De onde veio isso? Não era para esse mundo urbano e plural, que cultiva a profusão de tipos e tribos e que tem a Internet para ajudar nisso, ter varrido de vez qualquer ditadura da padronização? Sim! À primeira vista era isso que esperávamos. Ora, se assim é, de onde surgiu esse culto à beleza do corpo magro ou malhado? Não é essa padronização exatamente o oposto da liberdade com que somos banhados atualmente?

Talvez possamos tentar entender essa padronização vinda do inferno como sendo um aviso de nosso narcisismo contra uma outra padronização – esta sim efetiva. Pois, ao mesmo tempo em que colocamos no altar a magreza e/ou o corpo malhado, o que ocorre mesmo é que temos ficado disformes, gordos, relaxados e profundamente feios. Há muito gente gorda (e por isso feia) andando nas ruas. Então, como que se tivéssemos um sininho de aviso, nosso vocabulário se altera rapidamente e transforma a palavra “gorda” no único palavrão que realmente ofende uma mulher – e agora também um homem – na atualidade. Assim, no frigir dos ovos, antes que uma ditadura do corpo malhado ou magro o que se efetiva é uma reação contra a ditadura já existente, a que fez com que, na prática cotidiana, nos tornássemos essas pessoas que tiram fotos todos dias e, no entanto, são completamente não apresentáveis. Essa ditadura real é a da vida sob condições modernas: trabalho em ambientes fechados, comida de fast food ou em restaurantes do tipo self service piores que o fast food, horas de tensão no trânsito, consumo de alcool em excesso para “relaxar” do dia de trabalho etc.
Vamos ser sinceros. Podemos achar mulheres lindas e atrativas no Orkut. 


Podemos achar garotos belíssimos no Twitter. Mas tudo isso é limitado aos ultra jovens. No geral, o que temos é um festival de horror. E na vida cotidiana, afastados das câmeras semi-privadas de nossos PCs, esse festival de horror torna-se ainda mais macabro. Somos um bando de feios, ou seja, gordos. Formamos a escória do mundo. Então, como não podia deixar de ocorrer, nos transformamos em pessoas descontentes com o que somos corporalmente. Sendo que em nossos tempos nossa identidade é, em alto grau, corporal, somos pessoas pouco felizes . Nada em nós nos agrada. Mesmo quando temos  êxito, parece que não podemos comemorar, e culpamos nossa silhueta. Caso tenhamos algum fracasso, então a própria culpa é do nosso peso, de nossa feiura. Temos agora, no mundo contemporâneo, um palco para cada um de nós. Mas, subir nele, todos os dias, tem sido uma tortura, uma vez que não nos sentimos aptos a nos mostrar ali. Por isso mesmo entramos sem qualquer piedade na primeira academia da esquina e fazemos nossa matrícula. Acreditando que iremos mesmo freqüentar aquilo. E então, ao final do mês, com o claro insucesso da academia sobre nós ou com o êxito falso e perigoso dos anabolizantes, marcamos a data da lipoaspiração. Ora, mas é a que podemos pagar e, assim, vamos para o perigo. E acabamos ficando por ali mesmo, na mesa cirúrgica, mortos. Morremos! Isso antes por sermos feios do que por vaidade excessiva.

Não morremos ou nos ralamos pelo culto a um padrão de beleza. Prejudicamo-nos porque, ao ficarmos completamente fora da possibilidade de subir nos palcos que agora temos em demasia, forjamos um antídoto muito severo contra essas montanhas abomináveis  de banhas em que nos tornamos.  Não conseguimos nos redescrever e, então, nos aceitarmos. Vivemos tensionados, de regime em regime. Da compra de inúmeros produtos de beleza e rejuvenescimento passamos para as cirurgias plásticas e para o implante de silicone em todas as partes do corpo. Queremos de toda maneira esculpir a barriga de tanquinho através de processos de lipoaspiração associados à siliconização.  Poderíamos fazer tudo isso dentro de uma situação mais ou menos normal, harmônica. Mas isso não foi possível. A aceleração da Internet na democratização do palco deu um empurrão em nosso narcisismo, mas, ao mesmo tempo, nosso trabalho e nossa vida massacrante e deserotizada nos força a ficar feios. Queremos resolver isso da noite para o dia. Disso surgem as tensões, o profundo descontentamento pessoal e as frustrações irreversíveis. Aí, em certos casos, não temos medo de dizer “antes desaparecer da face da Terra do que viver sob essa aparência”. É nessa hora que passa um anjo torto e diz amém.

Por: Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo

PS: Acredito que cada vez mais a tecnologia favorece este pensamento narcisico, as pessoas tem recursos para se tornarem cada vez mais jovens (ou pensam que estão) e se esquecem de seu papel na sociedade. Observo que todos querem disputar o palco da vida, mas infelizmente (ou felizmente) não há espaço para todos!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os desafios da educação na sociedade do conhecimento


Convivemos com um tremendo paradoxo: não vivemos mais na sociedade para a qual continuamos a ser educados para viver. Nossa educação nos prepara para a sociedade industrial, mas já estamos num mundo onde o conhecimento se transformou no principal fator para se criar valor. 

Nem sempre foi assim. Houve uma época onde terra era o principal fator de produção. Nesta sociedade agrícola, os grupos mais poderosos eram os donos de terra, os senhores feudais. No caso brasileiro, os “barões do café” e os senhores de engenho. Num determinado momento da história, esse mundo ruiu. A chamada Revolução Industrial, no fim do século XVIII/início do século passado, veio para transformar completamente o ambiente econômico e social, abalar crenças, rever valores. O poder mudou de mãos, a maneira de ver o mundo mudou. Quando o Brasil foi descoberto (em plena era agrícola), se acreditava que a Terra era o centro do universo. O modo de produção era artesanal. Um artesão controlava todo o processo produtivo, desde a escolha da madeira mais adequada, passando pela feitura de uma mesa (por exemplo), até sua comercialização. 

A Revolução Industrial inaugura a chamada modernidade e simboliza uma mudança de paradigma. O homem e a racionalidade passam a ocupar o centro do pensamento dito científico, e assistimos a emergência e hegemonia do paradigma cartesiano. A Revolução Francesa é um dos símbolos da passagem da França agrária, feudal e aristocrática para a França industrial, burguesa e capitalista. Aqueles que foram queimados como herege, por dizerem que o sol estava no centro do universo, foram resgatados. Os artesãos praticamente desapareceram, substituídos por fábricas automatizadas, que conseguiam fazer muito mais mesas, em menos tempo e a um custo muito menor. 

Vivemos hoje outra revolução, da mesma magnitude e importância. É um processo de transição de um mundo tipicamente industrial onde terra, capital, trabalho, energia e matéria-prima eram os cinco fatores de produção chave no processo de criação de riqueza, para um mundo onde o conhecimento se transformou no principal fator de produção de valor. Em 2000, mais da metade da riqueza do mundo, segundo a Organização para Cooperação em Desenvolvimento Econômico (OCDE), veio do conhecimento. Em 2006, 55% das exportações americanas foram de bens intangíveis. Um bem intangível é um bem que eu não consigo segurar na mão (não tem átomos): software, produtos da indústria cultural (filme, música, programa de TV, informação), biotecnologia, patentes, pagamentos de royalties... Ou seja, mais da metade da riqueza que circulou no mundo não utilizou nenhum meio de transporte tradicional (caminhão, avião ou navio) e, portanto, não teve sua entrada no Brasil em nenhum posto controlado pela Polícia Federal!

E nossa educação? Nossa educação continua a mesma! Continuamos a despejar toneladas de conteúdo nas cabeças de nossas crianças de uma forma fragmentada e cartesiana. Todo o esforço está na aquisição de informações. O pressuposto é de que quanto mais informações o aluno tiver, maiores serão suas chances na vida. Quase nenhum esforço de criatividade e reflexão é exigido. Apenas decorar e repetir.

Exatamente como o mundo industrial exigia. Para Ford, um dos grandes “inventores” do modo de produção industrial, “o bom operário devia deixar seu cérebro em casa”. De fato, diante da esteira da linha de montagem onde o funcionário exerce seu trabalho de forma repetitiva e rotineira, qualquer desvio de atenção (para pensar nos filhos ou na vida), vai fazer com que ele deixe de aparafusar uma peça e provocar a parada da produção. 

Nossa escola (que nos moldes atuais tem mais de 100 anos) foi estruturada para produzir mão de obra, pessoas capazes de usar suas mãos, mas sem sentimentos, sem cérebro, sem cultura.
“Não vivemos uma era de mudanças. Vivemos uma mudança de era!” (Chris Andersen)
Mas toda mudança de paradigma significa uma revolução no modo de produzir, de pensar, de viver. Aceitar a ideia de que vivemos em uma nova sociedade, na sociedade do conhecimento, implica em repensarmos nossa educação. E para conseguir fazer esta transformação, o primeiro passo é mudar nossa maneira de ver e estar no mundo. Precisamos abandonar esta concepção cartesiana e compartimentada de lidar com a realidade. Ela já não nos serve mais. Os problemas se tornaram mais holísticos, sistêmicos. Dificilmente um especialista consegue dar conta desta complexidade. A divisão do trabalho entre os que pensam e os que fazem está com seus dias contados. 

Nesta nova era, criatividade inovação são exigências do mundo da produção. Se antes a competição era a mola propulsora do desenvolvimento, hoje a colaboração assume papel preponderante. Se as empresas continuarem a ter um ambiente de trabalho competitivo e intolerante ao erro, estarão cada vez MENOS preparadas para sobreviver. De cada 100 ideias novas, menos de três viram produtos e serviços. O que significa dizer que 97 deram “errado”! Mas para termos estas três boas ideias, precisamos experimentar, errar, tentar de novo... O erro faz parte do processo de aprendizagem organizacional. Mas nossas empresas não estão preparadas para isto. Continuam querendo manter seus modelos arcaicos, “científicos”.

Nossa educação precisa estimular a criatividade e a reflexão. No século (e milênio) passado, íamos à escola para receber informação. Sentávamos em nossas carteiras, uns atrás dos outros, abríamos os cadernos e copiávamos o que o professor escrevia no quadro-negro (ou verde)... Depois íamos para casa decorar todas aquelas informações. A escola e o professor eram os donos da verdade, aqueles que nos traziam as informações (mas não o conhecimento!).
Hoje, qualquer das coisas que aprendíamos na escola há 30 anos atrás está na internet, de uma forma muito mais rica e interessante (com imagens, vídeos e links). Qual deveria ser o papel da escola HOJE? E do professor? Não mais os meros provedores da informação, mas os instigadores da reflexão e da produção de conhecimento! Uma “aula” deveria se transformar num espaço de discussão sobre as informações pesquisadas pelos alunos em fontes escolhidas por eles! Se alguém trouxer uma informação incorreta, irão aprender que nem toda fonte de informação é confiável. Estarão exercendo, na prática, o espírito crítico! E muitos podem trazer informações que o próprio professor desconhece, tornando muito mais rica, interessante e informativa a aula!

A mudança na educação é urgente! O tempo joga contra nós. Parafraseando um economista, diria que a educação é um assunto sério demais para ficar nas mãos apenas dos educadores! A sociedade precisa chamar para si este debate sobre que tipo de educação precisamos para a sociedade do conhecimento.


Artigo de Marcos Cavalcanti