quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

As dez estratégias de manipulação da mídia


O linguista e filósofo norte americano Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através dos meios de comunicação. Ele afirma que nas décadas de 80 e 90 elaborou-se toda uma estratégia de manipulação dos povos através dos meios de comunicação, facilitando assim o controle da opinião pública para as estratégias e práticas adotadas pelos modelos neoliberais, que acabaram por conduzir os rumos sociais a partir dos interesses econômicos

1- A estratégia da distração – o elemento primordial do controle social.
Consiste em tirar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças ditadas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do “dilúvio” de distrações e de informações insignificantes. Essa estratégia é também indispensável para que o público não se sinta interessado por conhecimentos essenciais na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurolinguística, e da cibernética.
“Manter o público distraído, longe dos verdadeiros problemas sociais, seduzidos por temas sem importância real; manter o público ocupado sem nenhum tempo para pensar, de volta ao ‘estábulo’ com o animais.”


2- Criar problemas e depois oferecer soluções.
 Esse método também é chamado “problema – reação -solução”. Cria-se um problema, uma situação prevista para causar determinada reação no público, para que ele mesmo seja o mandante das medidas que sede seja fazer aceitar. Por exemplo, deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, afim de que o público seja o requerente de leis de segurança e de políticas que causem danos à liberdade. Ou também criar uma crise econômica para que o retrocesso dos direitos sociais e a destruição dos serviços públicos sejam aceitos como um mal necessário.





3- A estratégia da gradação.
Para que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições sócio-econômicas radicalmente novas(neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 80 e 90.
Mudanças como privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários baixos... provocariam uma revolução se fossem aplicados de uma só vez.

4- A estratégia de atrasar a realização de algo.
Outra maneira de impor uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, em determinado momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um imediato. Primeiro porque o esforço não é empregado imediatamente. Depois porque o público, a massa tende a esperar ingenuamente que “as coisas vão melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido será evitado. Dessa forma, acostuma-se com a ideia da mudança e ela é aceita, com resignação, quando chegar o momento.




5- Dirigir-se ao público como crianças (como criaturas de pouca idade).
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagem se entonação particularmente infantis, muitas vezes perto da debilidade, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantil. Por quê? Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, pela sugestão, ela terá, provavelmente, uma resposta ou uma reação também desprovida de um sentido crítico, como uma criança.

6- Utilizar mais o aspecto emocional que a reflexão.
Essa é uma técnica clássica para causar um curto-circuito na análise racional e no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos, compulsões ou induzir comportamentos.









7- Manter o público ignorante e medíocre.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controlo e escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível para que ela se torne bastante ignorante e seja impossível alcançar as classes sociais superiores”.


8- Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.

Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.












9- Reforçar a autoculpabilidade.
Fazer o indivíduo crer que é somente ele o culpado pela sua desgraça porque não é inteligente, é incapaz e não se esforça. Assim ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, a pessoa se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo efeito é a inibição de sua ação. E sem ação não há revolução.

10- Conhecer o indivíduo melhor que ele mesmo.

Nos últimos 50 anos, o avanço acelerado das ciências gerou uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” desfruta de um conhecimento físico e psicológico avançado do ser humano e consegue, assim, conhecer  o indivíduo com um melhor do que ele mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre as pessoas, maior do que elas sobre si mesmas.





Tradução do Espanhol: Professora Iara Valle bastos
Retirado de: http://www.forumseculo21.com.br/