sábado, 28 de agosto de 2010

Por um processo de erradicação do analfabetismo político

É urgente e necessário um processo de união de todas as facções que defendem o interesse da sociedade como um todo, objetivando o esclarecimento das pessoas de uma cidadania completa e participativa. É extremamente necessário discutir a vida política dos país, pois quem não se interessa por política sofre seus revezes de maneira tão tresloucada no momento em que acordos são costurados e não têm o objetivo de satisfazer os interesses dos cidadãos. É também válida uma maior aproximação daqueles que entendem o contexto político moderno da população despreparada e usada como massa de manobra dos poderosos. É urgente que a comunidade pensante distribua melhor seus conhecimentos com a população como um todo, não que a população não saiba votar, mas muitas vezes a pobreza faz com que seu voto seja transformado em mercadoria e seja dado a pessoas que, antes de tudo, fazem parte  de um contexto de entreguismo e submissão aos interesses dos grandes grupos mundiais do sistema capitalista que têm trucidado povos, sufocado culturas e, sobretudo, escravizado as populações.


Se os setores mais importantes da sociedade civil organizada procurassem verificar o contexto de popularização da política e fizessem da conscientização um costume eficaz e voltado para todos, sem distinção, talvez não estivéssemos convivendo com a série de falcatruas, acordos desleais e concretização de atitudes de desrespeito aos trabalhadores que temos constatado na política nacional, regional e local. Os exemplos de descompromisso  com o trabalhador no contexto atual tem sido cada vez mais comprovados por alguns daqueles que têm um mandato que seria empregado na conquista dos anseios populares. Infelizmente não é isso que acontece, pois grande parte dos que chegam ao poder desprezam aqueles que os conduzem no momento em que transformam os setores de educação, saúde, moradia e segurança em meros discursos atrativos em campanhas eleitorais e vagos no momento da ação.


É de extrema importância que a população seja esclarecida da ação daqueles que neles votaram, pois o voto não encerra o papel do cidadão. Antes de tudo é um processo democrático de construção da sociedade. Os meios de comunicação devem urgentemente mostrar a cara destes verdadeiros traidores dos interesses populares, pois a democracia plena não tem lugar para um processo de obediência cega aos interesses políticos e econômicos dos que estão no poder.


O aprendizado político é urgente e necessário e deve ser feito não só na escola, mas em todos os setores da vida social. Cada momento em que as atitudes dos parlamentares que votam nos interesses do governo e, por conseqüência nos interesses dos organismos internacionais, temos a prova inequívoca de que é necessário mostrar aos cidadãos os efeitos de uma falta de esclarecimento político e social. Estamos vivendo num mundo em que a formação política é cada vez mais necessária.


Temos muitas representações sindicais sérias, mas estas precisam estar mais próximas do povo, esclarecendo e mostrando a verdadeira face de seus representantes, pois o povo precisa beber a fonte de conhecimento e do esclarecimento social.


Temos traidores e esses traidores precisam ser conhecidos. Que tal mostrar ações desses que votam contra o povo e esquecem de seu dever maior que é buscar uma ação plena de defesa dos interesses da sociedade como um todo?


O estudo e conhecimento político não é tarefa apenas de estudiosos e cientistas, é dever e direito do povo conhecer, fazer e lutar  por uma política plena, sem exclusões. O desafio está lançado: que tal uma brigada de erradicação do analfabetismo político?


E para finalizar deixo o belíssimo poema de Bertolt Brecht:



O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. 

Um comentário:

Francisco disse...

Acho que falta mais interesse e disposição das pessoas para pensarem, a maioria delas se preocupam com o próprio umbigo. E aqueles que deveriam discutir, que são os formadores de opinião, estão mais preocupados em manter seus egos inflados.