terça-feira, 31 de maio de 2011

Cartoom maneiro...


Quinoo cartunista argentino autor da Mafaldadesiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso no cartum o seu sentimento
 
 

 
 

 




A genialidade do artista faz uma das melhores críticas sobre a criação de filhos (e educação) nos tempos atuais.

Teatro em festa com distribuição de 40 mil ingressos


Pelo terceiro ano consecutivo, a Festa do Teatro vai oferecer gratuitamente 40 mil ingressos para produções teatrais que poderão ser vistas em São Paulo entre os dias 3 e 12 de junho.
O evento de abertura será realizado dia 2 de junho, quinta-feira, às 12h no Vale do Anhangabaú e contará com uma apresentação da Cia Base, que fará números aéreos em um balão a 30 metros de altura.
A novidade deste ano é a apresentação dos espetáculos infantis nos CEUs da prefeitura, além de sessões com áudio-descrição e legenda para deficientes visuais e auditivos.
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
“Mamma Mia!”, no Teatro Abril
“New York, New York”, no Teatro Bradesco
“Pterodátilos”, no teatro Faap
“Édipo”, no teatro Eva Herz
“Evita”, no Teatro Alfa
“A Tempestade”, no teatro Raul Cortez
“Labutaria”, no shopping Frei Caneca
“Sem Pensar”, no Tuca
“Deus da Carnificina, uma Comédia sem Juízo”, no teatro Vivo
“Luis Antonio – Gabriela”, no Galpão do Folias
Os ingressos serão distribuídos gratuitamente para o público, nos dias 2, 3 e 4 de junho, em seis pontos da cidade e vão abranger cerca de 120 peças adultas e 30 infantis, que poderão ser vistas durante dez dias: de 3 a 12 de junho.
Para que muitos tenham a chance de participar, cada pessoa poderá retirar um par de ingressos.

Pontos de distribuição:

Dias 2, 3 e 4 de junho
Das 11h às 14h
Biblioteca Mário Schenberg – Rua Catão, 611 – Lapa
Biblioteca Paulo Setúbal – Av. Renata, 163 – Vila Formosa
Casa Amarela – Praça Floriano Peixoto, 131 – Santo Amaro
Das 14h às 17h
Teatro Municipal – distribuição em frente às Casas Bahia
Das 16h às 19h
CCSP – Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso
SP Escola de Teatro – Av. Rangel Pestana, 2401 – Brás

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Algumas fotos do dia da apresentação...

Banner da apresentação

Alcilene, Veridiana (soy jo), Mirian, Lilian e Dani 

Alcilene, Jo, Cida (prof orientadora), Mirian, Lilian e Dani

 

Apresentação do TCC Limite e autoridade



Segue um breve resumo do trabalho:

Na realização deste trabalho foi possível verificar a relevância do tema para a sociedade e a responsabilidade que cada individuo carrega para que possamos favorecer o desenvolvimento da criança. Segundo Wallon, a criança se desenvolve de forma integral, ou seja, biológica, psicológica, motora e moral. E será o adulto o responsável pela formação moral da criança, será na relação estabelecida com ele que esta começará a enveredar-se pelo caminho das regras e do respeito. Este processo inicia-se com a família, que é o primeiro contato social da criança, seguido pela escola que é o segundo ambiente social a qual a criança frequenta. O desenvolvimento moral da criança é um processo dialógico, por isso é preciso que o adulto tenha uma postura ética e reflexiva sobre seu desenvolvimento.
Desenvolvemos o conceito de Limite baseado nos autores Hobbes, Kant, Durkhein e Piaget, aonde vimos que se trata do valor moral, ou seja, das regras e convenções sociais existentes para que o ser humano possa viver em sociedade, sem que seus parceiros se tornem inimigos. Partindo deste pressuposto limite nada mais é que o respeito às regras, ao outro, o altruísmo. O conceito autoridade foi trabalhado de acordo com os pensamentos de Paulo Freire, que indicou que a melhor forma de proporcionar o desenvolvimento infantil é através da autoridade democrática, que baseia-se no trabalho com as regras, mas também na participação da criança ativamente no processo.


PS: as vezes nem acredito que já acabou.

domingo, 22 de maio de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel



Professora arrebenta... fala muito bem.... precisamos de pessoas com essa coragem e ousadia de superar a hipocrisia cotidiana e falar, gritar aos quatro cantos os problemas, que nós educadores, sofremos todos os dias.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ana Cañas -- Carente Profissional - Som Brasil CAZUZA

Carente Profissional

Tudo azul
No céu desbotado
E alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar prá ser
Carente profissional
Carente...
Se eu vou pra casa
Vai faltando um pedaço
Se eu fico, eu venço
Eu ganho pelo cansaço
Dois olhos verdes
Da cor da fumaça
E o veneno da raça
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar pra ser
Carente profissional
Carente...
Levando em frente
Um coração dependente
Viciado em amar errado
Crente que o que ele sente
É sagrado
E é tudo piada
E é tudo piada
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar pra ser
Carente profissional
Carente...


Cazuza
Se não morre aquele que planta uma árvore

e nem morre aquele que escreve um livro,

com mais razões não deve morrer o educador.

Pois ele semeia nas almas

e escreve nos espíritos.

Bertold Brecht

sábado, 14 de maio de 2011

Bar ruim é lindo, bicho


Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins.
Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).
No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha.
Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.
A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil.
Assim como não é qualquer bar ruim.
Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.
Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.
Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas.
Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.
Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV.
Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider.
Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.
E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem.
Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo.
Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato.
Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae.
Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.
Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil!
Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo.
Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).
- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?



Por Antônio Prata, do Livro: Meio intelectual, meio de esquerda.


ps: achei minha cara.

MPB em destaque no Entrelinhas

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Decisão do STF pela União Homoafetiva: um passo largo na democracia brasileira

união estavel



O Supremo Tribunal Federal decidiu ontem em favor do reconhecimento de uniões estáveis entre casais do mesmo sexo, denominando-as, desta forma, como entidade familiar. A decisão foi unânime, com 10 votos a favor e zero contra, e marca uma vitória numa longa luta por direitos civis que eram negados a casais homoafetivos.
Nada menos que 112 direitos passam agora a se aplicar a estas pessoas, direitos que, até então, seriam de única exclusividade de casais heteroafetivos. “Ex facto oritur jus” – o direito nasce dos fatos, e o fato é que estes 112 direitos eram negados aos 60 mil casais homoafetivos presentes hoje no Brasil.
Numa sociedade democrática, como a nossa, a extensão de direitos civis a mais uma parcela da população é sempre um ganho, e não uma perda – apesar da larga gama de indivíduos que pensam o contrário, por conta de convicções pessoais; na sua estreita visão de mundo, devem ser estendidas a todos os cidadãos formas de “limites para a pluralidade”, nas palavras da própria CNBB.
A decisão do STF não era para ser algo fora do comum – a Holanda já reconhece direitos de casamento para todos os cidadãos há 10 anos, independente da natureza da união, enquanto aqui na América do Sul, Argentina e Uruguai o fizeram antes do Brasil. Mas não, a decisão foi algo fora do comum, graças a insistente mania de certos segmentos sectários da sociedade brasileira de tomar para si o direito de conceituar em torno da entidade familiar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Conversas com arte-educador com Stela Barbieri



No dia 7 de maio, o Maria Antonia apresenta uma palestra com Stela Barbieri, dando continuidade à série Conversas com arte-educador, que ocorrem aos sábados, às 17h30.
Nas palestras desta série, arte-educadores de diversas formações são convidados a apresentarem relatos sobre seu percurso profissional e suas pesquisas, abrindo um debate sobre a prática da arte-educação e fornecendo subsídios para projetos na área. O ciclo já contou com a participação de Paulo Portella, Heloísa Ferraz, Ivone Richter e Regina Machado, Ana Mae Barbosa, entre outros.

Stela Barbieri é artista plástica, contadora de histórias, diretora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake e assessora em artes da Escola Vera Cruz. Foi curadora do projeto educativo da 29ª Bienal de Arte de São Paulo e publicou, entre outros, O livro das cobras(DCL, 2010), Pedro Malasartes em quadrinhos (Moderna, 2008) e ABC Japão (SM, 2008).

Conversas com arte-educador
com Stela Barbieri
7 de maio
sábado, 17h30
entrada gratuita (retirar senhas 30 minutos antes)

local
Centro Universitário Maria Antonia 
3º andar – salão nobre

informações
11 3123 5200
educama@usp.br

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A morte de Bin Laden e o triunfo do “Comandante Obama”


O novo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), que acaba de ser proposto por Barack Obama, o general David Petraeus, será confirmado pelos senadores. Se restava alguma dúvida, seu último posto foi o chefe das forças da OTAN no Afeganistão. Assumirá como diretor da CIA com o troféu de Osama Bin Laden morto e as mãos livres para reforçar as operações militares encobertas.

Petraeus foi o arquiteto das operações de George Bush no Iraque e, nos últimos anos, apoiou os ataques contra bases da Al Qaeda não só no Afeganistão, mas também no Paquistão, onde Bin Laden foi morto. A morte de Bin Laden ocorre alguns meses antes de se completarem dez anos do atentado que destruiu as Torres Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001. Em termos práticos e simbólicos, a operação da CIA confirma que Washington se aproxima do ponto de deixar o lugar de primeira potência econômica nas mãos da China, mas segue sendo a primeira, longe de qualquer outra, em capacidade de uso da força, incluindo aí operações de contrainsurgência.

Por isso, Obama, no discurso realizado na noite de domingo, lembrou que o ataque foi dirigido contra as Torres Gêmeas e também contra o Pentágono, na primeira agressão externa contra território norteamericano em sua história. Por isso, também, recordou que deus instruções a Leon Panetta definindo que a missão principal da CIA era encontrar Bin Laden vivo ou morto. Uma mensagem de gratificação e, ao mesmo tempo, de respaldo: Panetta foi designado e está por assumir como ministro da Defesa, onde deverá diminuir brutalmente o gasto militar e reorientá-lo. Também é chave no discurso a menção aos oficiais encarregados de operações encobertas: “Ninguém conhece seus nomes, mas o povo norteamericano deve estar agradecido a eles”, disse o presidente que assumiu no dia 20 de janeiro de 2009, e no final do ano que vem lutará para ser reeleito e iniciar outro mandato em 2013.

Obama sublinhou a palavra “eu” quando disse que ele mesmo deu a ordem de lançar o ataque contra o santuário onde Bin Laden estava refugiado no Paquistão. Ele transformou-se no presidente que liquidou o inimigo número um da superpotência. “Não vamos tolerar que nossa segurança seja ameaçada”, disse Obama.

O Washington Post anunciou, antes da notícia do assassinato de Bin Laden e ao comentar a nomeação de Petraeus, o começo de um período com “uma CIA cada vez mais militarizada”. Petraeus dirigiu a guerra do Iraque, um país governador pela tirania de Saddam Hussein que não era albergue de terroristas nem defendia o fundamentalismo islâmico. Logo em seguida, dirigiu a guerra do Afeganistão. O Washington Post assinalou que ser diretor da CIA significa, para Obama, liderar a terceira guerra: o combate, mediante operações encobertas ou dirigidas contra alvos específicos no Paquistão. Desde que o atual presidente assumiu, houve 192 ataques com mísseis em solo paquistanês, com um registro de 1890 terroristas ou suspeitos de sê-lo mortos.

Uma volta da história parece ir se completando. Obama acaba de anunciar o corte de impostos para os mais ricos, uma medida que vai no sentido inverso de sua promessa de voltar à sociedade menos desigual dos anos 60. E, com a morte de Bin Laden, obteve uma vitória no campo que parecia o seu flanco mais débil: o militar. Nesta madrugada, conservadores e liberais, direitistas e progressistas dos EUA, festejavam nas ruas a vitória do “comandante Obama”.




Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17746#Tradução: Katarina Peixoto

domingo, 1 de maio de 2011

A Ciência pode dizer o que é moral?



História do Primeiro de Maio em Quadrinhos – 125 Anos!!

Para que serve a monarquia inglesa




Por que ainda temos uma monarquia? A Inglaterra abriu o caminho na luta para abolir poder absolutista da monarquia, quando o Rei Charles I foi executado em 30 de janeiro de 1649.
Foi logo após a Guerra Civil Inglesa entre forças leais à monarquia e as que defendiam o parlamento, lideradas por Oliver Cromwell.
Apesar disso, a monarquia ainda reina na Grã-Bretanha, ao contrário de países como França, Alemanha e Rússia, onde foram derrubadas.
Isto tem a ver, em parte, com a restauração da monarquia britânica após o governo de Cromwell.
A cada vez mais poderosa classe dos comerciantes fez as pazes com a monarquia para recuperar a estabilidade social.
Assim, Carlos II subiu ao trono em 1660, embora ele e seus sucessores desfrutassem de um poder bem menor que o que seu pai exercia.
O poder na Grã-Bretanha de hoje não está nas mãos da rainha. Mas também não se está sob controle de nossos representantes eleitos.
Quem controla o poder é a classe capitalista, os que enriquecem à custa do resto de nós. A realeza age como um símbolo de classe.
Sua utilidade está na participação em missões comerciais e como atração turística ajuda a manter a imagem do sistema britânico de classe como algo “natural”. A monarquia é um golpe de relações públicas em favor do capitalismo britânico.
Nossos governantes, políticos e a mídia ainda nos encoraja a olhar a realeza com respeito e temor. Se nós veneramos nossos supostos superiores dessa maneira, significa que somos menos tentados a tomar medidas contra as condições sob as quais temos que viver.
Espera-se que a lealdade à monarquia unifique o povo inglês como uma família que estaria de certa forma acima da política, unidos como britânicos, não importa a que classe pertençamos.
Muitas pessoas acreditam que a monarquia é vital para a manutenção de um sistema parlamentar estável.
Para alguns, mesmo na esquerda, a idéia de reformar gradualmente o país depende de que esse sistema funcione.
Mas os socialistas deveriam rejeitar essa idéia. Ela implica concordar com o argumento que diz que outros aspectos do Estado também são neutros, como a polícia e juízes. E sabemos que não é o caso.
O Estado existe para defender os interesses da classe dominante. Na sociedade capitalista, isto significa defender os patrões.
Houve uma tentativa para tentar mostrar a monarquia como pessoas que estão "fazendo sua parte" nos últimos anos. Elas até tentam se comportar como pessoas comuns.
Este casamento não é exceção. A origem de classe média alta de Kate Middleton tem sido usada para dar a idéia de que a monarquia está se modernizando e permitindo que "novos ricos" participem de seu círculo restrito.
Faz parte de um projeto de reabilitação da imagem de uma monarquia que vem perdendo apoio rapidamente nas últimas décadas.
A imagem começou a ficar arranhada nos anos 1980 e 1990 quando a mídia começou a mostrar detalhes sobre a vida de luxo de que desfrutava a realeza às custas do Estado.
A revolta aumentou durante o período de recessão em que o governo conservador iniciou ataques brutais contra os trabalhadores.
Logo em seguida, o conto de fadas sobre casamentos reais também começou a desmoronar.
Em 1992, sozinho, três dos filhos da rainha, Charles, Anne e Andrew, haviam se divorciado publicamente.
No mesmo ano, o Castelo de Windsor, uma das muitas residências da realeza, pegou fogo. O prejuízo foi pago pelas pessoas comuns.
Tablóides
A popularidade da monarquia caiu tanto que a realeza teve que se adaptar. A rainha concordou em pagar imposto de renda pela primeira vez (usando o dinheiro que tira de nós) e turistas foram autorizados a visitar o Palácio de Buckingham (pagando uma taxa).
Mas essas reformas fizeram pouco para melhorar a popularidade da realeza.
Em 1994, Charles e Diana se divorciaram após vários anos em que sua vida privada ter sido uma fonte de notícias para os jornais sensacionalistas. Diana morreu em um acidente de carro em 1997.
Ela não era uma plebéia, mas a percepção de que a família real não a respeitava porque não seria fina o bastante atingiu a popularidade da monarquia ainda mais fortemente.
Hoje existe pouco entusiasmo com a realeza, apesar de todo o frenesi da mídia com o casamento. A idéia de que Deus escolheu a família real para nos governar já foi amplamente aceita. Poucos acreditam nisso, agora.
Mas num momento em que temos um governo de milionários que estudaram em escolas de elite, a promoção da monarquia é parte do esforço da elite para reafirmar seu domínio sobre nós.
A monarquia é parte do sistema capitalista no país.
Somente através de uma mudança revolucionária é que podemos nos ver livre desse sistema de classes e todos os seus absurdos.
Até isso acontecer, nossa sociedade continuará a ser governada por um poder que não foi eleito, cujo trabalho é manter o resto de nós em nosso lugar.
FONTE:  Socialist Worker
SITE: http://www.socialistworker.co.uk/
PUBLICAÇÃO:  27/04/2011